quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A "QUASE" VITÓRIA PROTESTANTE SOBRE ROMA

A "QUASE" VITÓRIA PROTESTANTE SOBRE ROMA
Por Frank M. Walker
Traduzido e Adaptado por Sha'ul Bentsion
INTRODUÇÃO
"E você conhecerá a verdade e a verdade te libertará." (Yochanan /João 8:38)
"Meu povo é destruído por falta de conhecimento… Porque você esqueceu a Torah do Seu Elohim,
Eu também esquecerei os seus filhos." (Hoshea / Oséias 4:6)
"… aqueles que observam os mandamentos de Elohim e têm a fé de Yeshua." (Apocalipse 14:12)
Muitas vezes na Bíblia, vemos que em determinados momentos o povo de Israel tinha tudo para
alcançar uma grande vitória. Porém, por causa de uma desobediência, acabavam sofrendo grandes derrotas.
Infelizmente, a história se repete e muitos nem se dão conta. A Reforma Protestante quase resgatou toda a
Igreja Romana das trevas, se não fosse por uma `pequena' teimosia em desobedecer ao Eterno…
O PAPEL DO SHABBAT
Parece que a grande maioria dos cristãos não percebe a grade importância que o Shabbat de YHWH
teve na história da igreja. Por exemplo, qual foi o papel do Shabbat na Reforma Protestante? Os reformadores
pagaram um preço terrível por rejeitarem o Shabbat e por rejeitarem-no como um artigo de revolta contra a
Igreja Católica. Eles claramente rejeitaram o descanso do Shabbat das Escrituras. Eles alegaram seguir
somente a palavra escrita (que hoje nos chamamos de Bíblia) e rejeitar as tradições da Igreja (o domingo é
uma tradição da Igreja Romana que não tem uma palavra sequer de autoridade divina)
Martinho Lutero não era o voraz advogado da verdade que muitos supõe. Ele é altamente aclamado
por alegar que só seguia as Escrituras. Ele disse que tinha descartado TODA a tradição. Ele e os (ditos)
reformadores foram confrontados no final do Concílio de Trento pelo Arcebispo de Reggio. O Arcebispo em
questão disse que todas as alegações de Lutero sobre descartar a tradição permaneciam falsos uma vez que
eles mantiveram o domingo. Esta rejeição do Shabbat também era uma tradição instituída pela Igreja Católica.
Esta mudança do dia de adoração não é encontrada em lugar algum nas Escrituras.
A VERDADE SOBRE O SHABBAT É APRESENTADA, MAS REJEITADA POR LUTERO
É quase que desconhecido na literatura cristã o nome de Andreas Rudoph B. Carlstadt, o grande
apóstolo do Shabbat. Ele nasceu em Carlstadt, Bavaria, em 1480 e morreu em Basel, Suíça, no dia 25 de
dezembro de 1541, com 61 anos. Carlstadt era um amigo pessoal e colega de trabalho de Martinho Lutero
mas o opunha fortemente na questão do Shabbat. Carlstadt observava o Shabbat e ensinava a sua observância.
O curioso é que o próprio Lutero afirmava que Carlstadt era mais entendido do que ele em teologia (A
História de Fifield, livro de referência dez, página 315).
A rejeição ao Shabbat no Concílio de Trento aleijou de uma só vez o avanço da Reforma. Isto será
cobrado por Elohim no Dia do Julgamento, uma vez que se não fosse isto, Roma poderia ter descartado toda a
sua tradição pagã e a Igreja Católica tal qual a conhecemos hoje não seria uma igreja apóstata.
O IDEAL DA FÉ PROTESTANTE
Neste ponto, vamos fazer referência ao eminente Dr. Dowling. No livro dois, capítulo um, de
`História do Romanismo', ele diz "A Bíblia, e somente a Bíblia, é a religião dos Protestantes." E "… não
importa a um genuíno protestante o quão cedo na história uma doutrina se originou caso não seja encontrada
na Bíblia… " Portanto se uma doutrina é proposta para aceitação dele, ele pergunta "Isto se encontra na
palavra inspirada? Foi ensinado pelo Senhor Yeshua HaMashiach ou pelos Seus Apóstolos?" Não importava a
ele se havia sido encontrada nos empoeirados escritos de um visionário do terceiro ou quarto séculos ou se
havia emergido da imaginação fértil de um visionário moderno do século dezenove. Se não fosse encontrada
nas sagradas Escrituras não era uma alegação válida a ser recebida como artigo em seu credo religioso.
Aquele que recebe uma única doutrina sequer, meramente pela autoridade da tradição, ao fazer isto deixa de
ser Protestante e cruza a linha que separa o Protestantismo do Papado e tira qualquer razão pela qual ele não
possa receber todas as doutrinas e cerimônias antigas do Romanismo.
LUTERO E CARLSTADT
Mais uma vez, o historiador italiano Gavassi diz "Uma enchente pagã fluiu dentro da igreja
carregando consigo costumes, práticas, e ídolos" (Palestras de Gavazzi, página 290)
Para citar outra autoridade, o Dr. White, Bispo de Ely "A observância do Shabbat estava sendo
reavivada na época de Lutero por Carlstadt" (Tratado do Shabbat, página 8. E do livro A Vida de Lutero, de
Sears, página 402: "Carlstadt acreditava na autoridade divina que havia no Shabbat do Antigo Testamento."
De fato Lutero disse (em seu livro `Contra os Profetas Celestiais'): "Realmente, se Carlstadt
escrevesse mais sobre o Shabbat, o domingo teria que dar lugar, e o Shabbat – isto é, o sábado – deveria ser
guardado."
Carlstadt disse: "A respeito das cerimônias da Igreja, todas aquelas que não tem base na Bíblia
devem ser rejeitadas."
Lutero já disse o contrário "Tudo aquilo que não é contra a Escritura é a favor dela."
"De jeito nenhum" disse Carlstadt. "Nós estamos sujeitos à Bíblia, e ninguém pode decidir com base
nos desejos do próprio coração" (A Vida de Lutero, de Sears, páginas 401 e 402)
"Não se pode negar que em muitos aspectos Carlstadt estava mais adiantado que Lutero, e sem
dúvida alguma a Reforma deve a ele muita coisa boa pela qual ele não recebe crédito" (A Enciclopédia de
McClintok e Strong, volume 2, página 123). As referências do próximo parágrafo foram extraídas do livro
História do Shabbat, de Andrews. Veja a terceira edição, de 1887:
"Do ensinamento Católico (Romano) de justificação por obras de penitência, etc., Lutero foi ao
extremo oposto da justificação sem obras. Esta idéia o fez negar que a Epístola de Tiago fosse inspirada, pois
Tiago disse "A fé, sem obras, é morta, estando sozinha." Esta atitude é similar à que fez com que Lutero
descartasse o verdadeiro Shabbat."
Leia o que Draper diz: "Próximo ao final da vida de Lutero, parecia que a única perspectiva para o
poder do papado era a ruína total. Porém atualmente, em 1930, de trezentos milhões de cristãos, mais da
metade jura fidelidade à Roma… Quase que por mágica a Reforma parou de avançar. Roma não só conseguiu
pôr em cheque a sua proliferação como também reobteve uma boa porção daquilo que havia perdido"
(Desenvolvimento Intelectual, volume 2, página 216)
PROTESTANTISMO PERTO DA VITÓRIA MAS DERROTADO POR ROMA, POR QUE?
Mas o que causou esta grande derrota para o Protestantismo. Se analisarmos o Concílio de Trento
(realizado no noroeste da Itália, e que durou de 1545 a 1563 DC). Podemos ver o que disse outro escritor
famoso, G.E. Fifield, DD, em seu tratado incomparável "A Origem do Domingo como uma Festa Cristã (?)"
(Publicada pela Sociedade Americana do Tratado Sabatista). Para citar o Dr. Fifield: "No Concílio de Trento,
convocado pela Igreja Romana para lidar com as questões levantadas pela Reforma, ficou primeiramente
aparente a possibilidade de que o Concílio seria a favor das doutrinas reformistas ao invés de contra às
mesmas, tão profunda foi a impressão causada até tal ponto pelos ensinamentos de Lutero e de outros
reformadores."
O representante do Papa chegou a escrever a ele dizendo que havia uma "forte tendência a deixar a
tradição de lado, e tornar as Escrituras o único padrão de apelo." A questão foi debatida diariamente, e ficou
aguardando o seu desenrolar. Finalmente, o Arcebispo de Reggio virou o Concílio contra a Reforma através
do seguinte argumento: "Os Protestantes alegam se embasarem apenas na palavra escrita; eles professam ter
como padrão de fé apenas as Escrituras. Eles justificam sua revolta com a petição de que a Igreja se tornou
apóstata da palavra escrita e segue tradições. Só que a alegação Protestante de que eles se baseiam apenas na
palavra escrita não é verdadeira."
POR QUE A ALEGAÇÃO DE LUTERO NÃO ERA VERDADEIRA?
O Arcebispo continuou: "A profissão deles de se aterem às Escrituras somente como base de fé é
falsa. A prova: A palavra escrita determina de forma explícita a observância do Shabbat. Eles não observam o
Shabbat, mas o rejeitam. Se eles realmente se ativessem somente às Escrituras como padrão, eles estariam
observando o Shabbat conforme é determinado ao longo das Escrituras. Porém eles não só rejeitam a
observância do Shabbat como determinado pela palavra escrita, mas também adotaram, e praticam, a
observância do domingo, para o qual eles têm apenas a tradição da Igreja (Católica)."
O Arcebispo disse ainda: "Consequentemente, a alegação de que as Escrituras sozinhas são o padrão
é falha e a doutrina de que `As Escrituras e a tradição são essenciais' é estabelecida de forma plena, sendo os
juízes disto os próprios Protestantes." Veja As Procedências do Concílio de Trento, confissão de Augsburg e o
artigo na Enciclopédia Britannica `Trento, Concílio de'. Com este argumento do Arcebisto de Reggio, o lado
que defendia ter somente as Escrituras se rendeu, e o Concílio de uma só vez e de forma UNÂNIME
condenou o Protestantismo e a Reforma inteira. E prossegui emitindo decretos visando deter o seu progresso.
OS RESULTADOS DA REFORMA
E quais foram os resultados da Reforma? Vamos ouvir o que Myers tem a dizer: "O resultado da
revolta, a grosso modo, foi a separação da Igreja Católica Romana das nações do Norte, isto é, da parte norte
da Alemanha, parte da Suíça e da Holanda, e da Dinamarca, Noruega, Suécia, Inglaterra e Escócia. As nações
latinas, Itália, Franca e Espanha, além da Irlanda céltica, permaneceram aderidas à velha Igrejas." Os
resultados espirituais da revolta de acordo com o mesmo autor: "De um ponto de vista espiritual ou religioso,
metade da Cristandade Ocidental foi perdida pela Igreja Católica"
Disto vemos que a Igreja Romana, atacada pelos Reformadores, quase sofreu sua derrota total. Mas
se recuperou! Os reformadores haviam dado um golpe mortal no Papado. Infelizmente, os próprios
reformadores cicatrizaram esta ferida ao ignorarem a Palavra do Eterno e se aterem ao domingo, o Dia de
Roma, e a outra tradições papais. Eles rejeitaram o Shabbat das Escrituras
--Compilado de um tratado de Raymond Clark, DD
Conclusão: "Saia dela, meu povo… " – Apocalipse 18:4-8
Neste últimos dias, o Eterno tem dado o solene aviso de nos livrarmos das tradições que grande parte
dos primeiros líderes protestantes carregaram da Igreja Católica Romana. A tentativa de mudar o mandamento
do Shabbat (Êxodo 20:8-11) é apenas parte da lista. A tradição é adorar em vão. Vide Marcos 7:6-13. A
obediência é crucial em nosso relacionamento com o Eterno.

O “MISTÉRIO” DA INIQUIDADE

O “MISTÉRIO” DA INIQUIDADE
Vítor Quinta
Março 2010
“Porque já o mistério da injustiça opera”
“For the mystery of iniquity doth already work”
2. Tessalonicenses 2:7a
Optámos por transcrever esta breve passagem da carta de Paulo dirigida à
comunidade de crentes em Tessalónica em duas línguas. O propósito é demonstrar, de
forma clara, que quando Paulo nos fala em injustiça está a apontar-nos o conceito de
iniquidade. O mesmo é dizer:
• pecado, como nos diz em 1.João 5:17 – “Toda a iniquidade é pecado”. Ora,
como sabemos também, iniquidade significa transgressão da Lei de YHWH, a
Torá dada a Israel através do Seu servo Moisés.
• sem Lei (anomia, no grego); sem Torá (oposição à Lei de YHWH); por outras
palavras, “o mistério da iniquidade” traduz todo o esforço de Satanás e seus
servidores para torcerem ou tentarem anular a eterna Lei do Altíssimo, o que
será mais visível nos últimos dias, nos dias do anti-Cristo do tempo do fim, o
tempo da apostasia completa de muitos.
O oposto de injustiça/iniquidade/pecado, é justiça/obediência. A melhor ilustração que
podemos encontrar sobre o efeito que a prática da justiça opera nos fiéis, através da
obediência a toda a vontade de Deus contida nos Seus preceitos eternos, está
reflectida nas palavras que foram pronunciadas em relação ao modo de vida dos pais
de João, o Batista, e que se encontram em Lucas 1:5-6 – “Existiu, no tempo de
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Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e
cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel [prima de Maria, mãe
de Yeshua]. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em
todos os mandamentos e preceitos do Senhor”. Na realidade, só pode ser
considerado justo aos olhos do Altíssimo aquele(s) que vivem em obediência à Sua Lei
eterna, i.e. aquele(s) que pratica(m) a justiça de Deus.
Ora, também sabemos que o mistério da iniquidade (ou da injustiça) começou a operar
muito cedo, desde os tempos de Nimrod e Babel. Depois, com maior ênfase, a partir da
morte dos apóstolos de Yeshua, quando muitos dos chamados “pais da igreja”, que
não foram mais do que religiosos eivados das filosofias gregas, começaram a distorcer
a verdade e a afastar-se da raiz dos ensinamentos hebraicos…que rejeitaram. Por
desejo de hegemonia, vaidade e domínio sobre o povo de Deus, passaram a rejeitar
todo o ensinamento que tivesse alguma coisa a ver com os ensinamentos hebraicos.
Esta tendência apareceu cedo, mas acentuou-se a partir do século IV, desde
Constantino, quando a igreja se “casou” com o poder terreno e o bispo de Roma
chamou a si o domínio sobre as restantes congregações e bispados. Tal teve maior
expressão nas conclusões do Concílio de Nicéia, no ano 325 d.C.
Nos nossos dias, a grande maioria dos que professam o cristianismo cresceram sem
qualquer entendimento e estudo do conteúdo das Escrituras e do que verdadeiramente
significa “a Lei de YHWH”, aquela que O Altíssimo entregou a Israel através de Moisés
no Monte do Sinai. E, a menos que se arrependam da sua condição de ignorância e
voltem para a “instrução/ensino” de YHWH – a Sua Torá, abandonando todo o
conhecimento herdado da filosofia greco-romana e passando a abraçar os conceitos
hebraicos (as “veredas antigas” – Jeremias 6:16; 18:15), não entrarão no Reino de
Deus.
Poderão argumentar alguns (como de resto o fazem): “a Lei é para os judeus”. Não é
verdade, pois a Lei é universal (para todos os povos) e já era guardada pelos fiéis
antes de existir a descendência de Abraão (Génesis 26:5). Ela é uma peça central da
fé daqueles que foram enxertados na boa oliveira que é Israel, como nos é ensinado
em Romanos 11. Responde Paulo em Romanos 9:4-5 – “Que são israelitas, dos
quais é a adopção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as
promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual
é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. Todos os que fomos enxertados
na “boa oliveira”, que é a Israel de Deus, cuja raiz é Cristo, passámos a ser filhos de
Israel e, herdeiros conforme a promessa dada a Abraão, como nos é ensinado em
Gálatas 3:27-29 – “Porque todos quantos fostes baptizados em Cristo já vos
revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não
há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de
Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”.
Desde os tempos antigos Deus lamentou a falta de entendimento e de obediência do
Seu povo à Sua Lei, aos Seus ensinamentos e conselhos: Salmo 81:13 – “Oh! se o
meu povo me tivesse ouvido! se Israel andasse nos meus caminhos!” O Senhor
YHWH esclarece a razão porque sobrevieram castigos tão grandes sobre Israel ao
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longo do tempo: Jeremias 16:10-11 – “E será que, quando anunciares a este povo
todas estas palavras, e eles te disserem: Por que pronuncia YHWH sobre nós
todo este grande mal? E qual é a nossa iniquidade, e qual é o nosso pecado, que
cometemos contra YHWH nosso Deus? Então lhes dirás: Porquanto vossos pais
me deixaram, diz YHWH, e se foram após outros deuses, e os serviram, e se
inclinaram diante deles, e a mim me deixaram, e a minha lei não a guardaram”.
Ora Deus não muda: Ele É O mesmo ontem, hoje e eternamente. Do mesmo modo a
Sua Lei não foi abrogada (anulada), como O próprio Yeshua confirmou.
“Errais, não conhecendo as Escrituras” disse Yeshua aos responsáveis do Seu
tempo que não souberam ver Nele O Cristo há muito anunciado e não souberam
reconhecer o tempo da sua visitação (por YHWH). Assim estão muitos responsáveis
religiosos dos nossos dias que, ao rejeitarem a Sua Lei eterna (ou parte dela) estão a
rejeitar também O Autor dessa mesma Lei. Estão a rejeitar a Lei que deveria reger as
suas vidas para que fossem abençoados, como Israel o era quando andava em
obediência ao seu Deus.
Vivemos num mundo curioso, mas virado de pernas para o ar em todos os campos da
vida em sociedade. Onde deveria haver respeito aos preceitos de Deus e obediência
baseada no amor a Deus e ao próximo, há completa falta de ambos. E isto é obra de
Satanás e da fraqueza humana que se deixou inquinar pelos artifícios desviantes de
Satanás. O homem tem toda a culpa neste processo de abandono da verdade. Ser-lheá
exigido o pagamento de uma factura para a qual não tem recursos, pois recusou o
único meio de saldar essa dívida: o sangue gracioso do Senhor Yeshua.
No campo religioso, que é primordialmente aquele que nos interessa analisar nesta
tribuna de liberdade e de verdade bíblica, fala-se muitas vezes em falsos profetas,
naqueles que, falando em nome do Cristo Yeshua, se desviam dos Seus ensinamentos
e desviam outros da verdade que Esse mesmo Cristo veio ensinar há 2.000 anos atrás.
E, o que é curioso, é que nenhum desses falsos profetas que abundam no chamado
“cristianismo” dos nossos dias, ou no meio evangélico em geral, se vê a si próprio
como um falso profeta, apesar de negar a Cristo quando nega a Sua Lei eterna. São
prevaricadores contumazes e condutores cegos. E nem têm consciência da sua
condição. Por isso Pedro lhes diz que eles são como “Estes são fontes sem água,
nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas
eternamente se reserva” – 2.Pedro 2:17.
E porquê? Porque falam em nome de um “cristo” que não é Aquele que nos é revelado
nas Escrituras e nos escritos apostólicos, e que em tudo foi obediente aos preceitos de
Seu Pai: O verdadeiro Filho do Altíssimo, Senhor Yeshua.
Isto não deve constituir surpresa, pois Yeshua disse-nos antecipadamente em Mateus
24:11 – “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos”. A estes,
chamou-lhes “condutores cegos”.
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Muitos continuam hoje a usar os escritos de Paulo (um fiel obreiro do Senhor que, pela
fé e pela graça que sobre ele foram derramadas do Alto, andou em estrita obediência à
Lei de YHWH, à Sua Torá), para os distorcer, negando a perenidade da Lei do Senhor,
e a sua validade para os fiéis de todos os tempos. Segundo 2.Pedro 3:16 – “Falando
disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de
entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras
Escrituras, para sua própria perdição”. O apóstolo Pedro não poderia ser mais claro
acerca dos métodos que estes usariam…para sua própria destruição e daqueles que
acreditam nos seus ensinamentos.
Muitos dizem:
• Cristo “cumpriu” a Lei por nós (já não é preciso guardar a Lei), ou
• “A Lei e os profetas “duraram” até João”, como se encontra em Mateus 11:13;
Lucas 16:16. A palavra “duraram” foi acrescentada pelo tradutor, distorcendo
assim a Palavra de Deus. O que esta passagem nos quer transmitir é que “até
João existiram a Lei e os profetas” para anunciarem a vinda do Reino de Deus,
dando a sua visão profética do que estava para vir. Porém, em aditamento a
estes testemunhos antigos, veio João, o Batista, e depois Yeshua e os Seus
apóstolos, para anunciarem a proximidade do Reino ou, até, que o Reino de
Deus estava entre nós: ver verso 31; João 5:46; Romanos 3:21, como também
nos é dito em Mateus 3:1-2 por João e depois por Yeshua em Mateus 4:17;
Marcos 1:15, tendo como resultado que todos fazem força para entrar no Reino
dos céus: Mateus 11:12. Se na realidade a Lei e os profetas tivessem vigorado
só até João, o Batista, onde caberiam então os ensinamentos de Yeshua e dos
Seus apóstolos que são, todos eles, posteriores a João, o Batista? Como se vê
é fácil desmontar este erro. E as profecias que ainda não foram cumpridas,
como, por exemplo, as dos últimos dias de Daniel? Também estas ficariam
anuladas? De maneira nenhuma, como diria Paulo.
• Etc., etc.
A contrapor a este tipo de argumentos errados, Paulo responde-lhes desta forma
categórica em Romanos 3:31 – “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira
nenhuma, antes estabelecemos a lei”. Permanecendo na carta aos Romanos
reparemos, com atenção, no que Paulo nos diz em Romanos 2:13 – “Porque os que
ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser
justificados”. Estas palavras corroboram o que lemos em Lucas 1:5-6.
“Aquele que tem os meus mandamentos (e, como sabemos, Yeshua veio magnificar
a Lei do Pai, cumprindo-a exemplarmente na Sua vida terrena) e os guarda esse é o
que me ama”, diz-nos Yeshua em Mateus 14:21.
Não nos esqueçamos de um ponto capital nesta matéria: o “mistério da iniquidade” terá
como consequência a morte, pois “o salário do pecado é a morte”. Se este “mistério”
da iniquidade já operava no tempo de Paulo, que diremos então hoje?
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Outra questão que deve ser equacionada, pois liga-se a todo este tema da iniquidade
mas em oposição a esta, é a questão da “graça de Deus”. A “graça de Deus” com a
qual os responsáveis religiosos dos nossos dias enchem a boca nas suas pregações
inflamadas, ao mesmo tempo que negam a validade da Lei/Torá de YHWH (ou parte
dela, como já se disse), ditará a morte daqueles que os seguem, pois seguem os seus
discursos vãos (vazios de conteúdo de verdade – muitos ficam só pela rama), negando
a eficácia da graça de Deus que é a obediência à Lei/Torá de YHWH e ao Seu Cristo.
De resto, conhecemos que a “graça de Deus” é a Torá viva, isto é, ela é,
simultaneamente, Yeshua e a Torá, Tito 2:11 – “Porque a graça de Deus
[Yeshua/Torá] se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”.
Paulo também nos revela em Romanos 6:1-2 – “Que diremos pois?
Permaneceremos no pecado [na iniquidade, na desobediência, na rebeldia para
com a Lei/Torá de YHWH], para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que
estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”, existir uma total
oposição entre graça e pecado/iniquidade/desobediência/rebeldia. A “graça de Deus” é
bem visível desde Génesis, na vida de todos aqueles que, ao longo de todos os
tempos, andaram em obediência perante os preceitos do Altíssimo. Tomemos o
exemplo de Noé, que “achou graça” aos olhos de YHWH.
De resto, vale a pena perguntar: pode a graça de Deus ser derramada sobre aqueles
que andam em desobediência à vontade do Altíssimo contida na Sua Lei? A resposta é
óbvia: Não!
Por isso Yeshua dirá aos rebeldes no dia do Seu juízo: Mateus 7:21-24 – “Nem todo o
que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos
demónios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica,
assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha”.
Todos eles conhecem bem estas palavras de condenação, mas nenhum se revê nesta
situação. Recusam-se a “ouvir” e “praticar” os conselhos de Deus.
Como nos ensina o aposto Tiago em Tiago 1:22, 25 – “E sede cumpridores da
palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos…Aquele,
porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade [a Lei eterna de YHWH
dada por Moisés], e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas
fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito”. Dúvidas? Só se for na
mente daqueles que torcem as palavras de Paulo e as Escrituras para sua própria
perdição. Esta “lei perfeita da liberdade” é aquela com a qual todo o ser humano será
julgado pelo Justo Juiz.
Estes seres humanos estão destinados à destruição, pois preferiram a mentira à
verdade. Os que praticam a iniquidade (transgressores da Lei de YHWH) serão
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destruídos para sempre: Salmos 92:7; 101:8; Provérbios 10:29; 21:15. Desvanecem-se
em seus discursos vãos. Isaías 30:9 lembra-nos: “Porque este é um povo rebelde,
filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei de YHWH”. Eis o busílis da
questão. Como também Paulo escreveu em 1.Timóteo 1:8-10 – “Sabemos, porém,
que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; sabendo isto, que a lei não é
feita para o justo [porque esse já vive por ela], mas para os injustos e
obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os
parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os sodomitas,
para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o
que for contrário à sã doutrina [para que o injusto se arrependa, ou seja
condenado por ela, caso não haja arrependimento]. A estes mentirosos está
reservado o fogo da destruição da segunda morte como nos é dito em Apocalipse 21:8.
Aqueles que dizem que O conhecem e não guardam os Seus mandamentos são
mentirosos: 1.João 2:3-7 – “E nisto sabemos que o conhecemos [a Yeshua]: se
guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda
os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que
guarda a sua palavra [a Sua Lei eterna], o amor de Deus está nele
verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que
diz que está nele, também deve andar como ele andou. Irmãos, não vos escrevo
mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes.
Este mandamento antigo é a palavra [a Lei/Torá] que desde o princípio ouvistes”.
Notemos assim que todos os que ensinam que a Lei (ou parte dela) não é para
cumprir, tal como Deus a instituiu para que nos vá bem, é mentiroso! E, o destino de
todos os mentirosos é a destruição – a segunda morte.
Olhemos agora para o comportamento de YHWH quando vier o tempo da aflição
destes falsos mestres: Provérbios 1:24-31 – “Entretanto, porque eu [O EU SOU,
YHWH] clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse
atenção, antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha
repreensão, também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei,
em vindo o vosso temor. Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa
perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia. Então clamarão
a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me
acharão. Porquanto odiaram o conhecimento [a Minha Lei]; e não preferiram o
temor de YHWH: Não aceitaram o meu conselho [a Minha Lei]; e desprezaram
toda a minha repreensão. Portanto comerão do fruto do seu caminho, e fartar-seão
dos seus próprios conselhos”. Este mesmo livro de Provérbios que fala também,
com exaltação, da grandeza da sabedoria de YHWH – a Sua Lei, a Sua Torá eterna.
A repreensão/correcção do Senhor manifesta-se de Génesis a Apocalipse. Só os
obstinados e de dura cerviz (condutores cegos) não entendem. YHWH, através dos
Seus profetas mandou “selar a Lei entre os Seus discípulos” e disse-lhes mais, que “se
eles não falassem segundo esta Palavra – a Lei e o testemunho, é porque não havia
luz/verdade neles; nunca veriam a Alva”, ”Isaías 8:16, 20.
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Lembremos ainda as palavras de David no Salmo 19:7-11 – “A lei de YHWH é
perfeita, e refrigera a alma; o testemunho de YHWH é fiel, e dá sabedoria aos
símplices. Os preceitos de YHWH são rectos e alegram o coração; o
mandamento de YHWH é puro, e ilumina os olhos. O temor de YHWH é limpo, e
permanece eternamente; os juízos de YHWH são verdadeiros e justos
juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e
mais doces do que o mel e o licor dos favos. Também por eles é admoestado o
teu servo; e em os guardar há grande recompensa”. Estas palavras são eternas,
pois foram inspiradas pelo Espírito de YHWH.
Mas, será que a fraqueza da Igreja não provém disto mesmo? Da nossa falta de
aplicação nas coisas de Deus? Da nossa falta de entrega? Selámos um compromisso
individual no baptismo, mas depois pensámos que já tínhamos feito tudo. Errado. A
nossa vida cristã de entrega começou naquele momento. Senão, corremos o risco de
voltar a cair. Se Deus não tomar conta de nós (pela nossa entrega), então o diabo
cuidará de nós (devido à nossa negligência para com Deus).
Exemplo: Deus estabeleceu as Suas festas anuais, aos tempos por Ele determinados e
por estatuto perpétuo (Levítico 23). Que fazem muitos? Assobiam para o lado, como se
a Palavra da Justiça não fosse para os tempos actuais ou como se os estatutos de
Deus não tivessem importância para as suas vidas e para a sua salvação! Tornam-se
negligentes – são maus servos! Mesmo alguns que já hoje aceitam celebrar as Festas
Santas de YHWH e vêem nelas o Plano de Deus para a humanidade, chegam ao
ponto de marcar as datas das celebrações através de um calendário judaico errado.
Errado porque não respeita as determinações de YHWH, e os Seus sinais como o
aparecimento da Lua Nova em conjunto com o anúncio da maturação da cevada em
Israel, quando esta se encontra no estado de Abib (maturação). Erram na marcação
das Solenidades de YHWH devido à sua teimosia, teimosia essa que lhes pode sair
muito cara, pois demonstram que continuam “agarrados” às tradições e preceitos dos
homens. O diabo cegou-lhes o entendimento! Não têm conhecimento da Palavra de
YHWH, como nos aponta em Oséias 4:6 – “O meu povo foi destruído, porque lhe
faltou o conhecimento [da Lei de YHWH; porque se desviaram dos Seus
preceitos]; porque tu rejeitaste o conhecimento [a minha Lei/Torá], também eu te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste
da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”. Deus repreende e
castiga aqueles a quem ama. O pior é se o homem na sua auto-suficiência não quer
ouvir a Palavra de Deus e acaba por rejeitar a Sua repreensão.
Os que rejeitam a repreensão ficam entregues aos seus próprios conselhos. Se não se
deixam guiar pelo Espírito Santo de YHWH, então Deus os abandona aos seus
próprios caminhos; então o diabo tomará conta deles. Mesmo muito antes de Yeshua
nos ter dito para circuncidarmos o nosso coração, já O mesmo Senhor nos dizia em
Deuteronómio 10:16 – “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração [mente;
centro do seu raciocínio e decisões], e não mais endureçais a vossa cerviz”. Eis
o grande problema do homem.
8
Todos teremos que comparecer perante o tribunal de Cristo, e todos havemos de ser
julgados pela Lei perfeita da liberdade, precisamente aquela que temos por dever
guardar nos nossos corações e por ela viver. E o julgamento de Deus começa pela
Sua própria casa. Leiam e inspirem-se nos 176 versículos do Salmo 119! O homem
viverá de TODA a palavra que sai da boca de Deus!
Não poderíamos encerrar este estudo sem relembrar as palavras de Yeshua que se
encontram em Mateus 5:17-19 – “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas:
não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e
a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja
cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que
seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus;
aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos
céus”. Se O Senhor Yeshua faz estas afirmações tão claras, como pode o homem
ignorá-las? Ao fazê-lo, está a ditar a sua própria condenação.
Esta Lei eterna estando já hoje gravada no coração dos fiéis (como virá a estar no
coração de todos os que viverem no Milénio de Cristo – Jeremias 31:31-33; Hebreus
8:10; 10:16) é, conjuntamente com o Sábado santo (o 7º dia), o sinal que identifica o
povo do Altíssimo desde o princípio dos tempos até que tudo se cumpra.
Hoje vemos o resultado dos esforços de Satanás em confundir o homem, levando-o a
que se desvie da santa e justa Lei de YHWH. Nem a própria Palavra parece convencer
alguns (muitos) que a Lei está totalmente em vigor e que Yeshua não a veio abrogar –
nem mesmo as palavras de Yeshua os convence. Pior para eles.
O tempo em que o “mistério da iniquidade” se manifestará de forma mais forte e
notória, é precisamente nos dias actuais e nos vindouros, quando muitos abandonam a
fé e a sã doutrina dos profetas, de Yeshua e dos apóstolos de Yeshua. Ou que torcem
as palavras destes servos do Altíssimo para sua própria perdição. Em breve se
manifestará o anti-Cristo do tempo do fim, aquele que é apelidado na Bíblia como
“homem do pecado”. Esses serão dias de apostasia total. Paulatinamente, os
mandamentos de YHWH têm vindo a ser erradicados das congregações e dos
corações dos crentes. A sua fé esfria a olhos vistos. O reinado do anti-Cristo (o homem
que é contra a Lei de YHWH), pautar-se-á por um recrudescimento da apostasia. Este
será um reinado breve mas fatal para muitos.
Como se disse antes, a animosidade contra a Torá dada por Deus, tem sido manifesta
sobretudo nestes últimos 2.000 anos. Esta animosidade (o “mistério da iniquidade”)
culminará em novas perseguições dos fiéis que viverem nos tempos do fim, tal como
sucedeu com as perseguições que ocorreram ao longo destes dois milénios e que
levou à tortura e à morte muitos milhões de fiéis. Muitos não reputaram a sua vida por
valiosa porque viviam pela fé nas promessas de Yeshua e da Palavra de YHWH numa
pátria celestial vindoura, vivendo assim pela obediência.
Vejamos o que o apóstolo Paulo nos ensina em Romanos 8:10 – “E, se Cristo está
em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado [da desobediência
9
à Lei], mas o espírito vive por causa da justiça [na fé de Yeshua e na vivência da
Lei de YHWH]”, de forma a que cheguemos assim, à estatura de varão perfeito, à
imagem de Yeshua, pelo que ambicionamos vir a estar entre a grande multidão dos
salvos, aqueles que adquiram “a paciência dos santos; aqui estão os que guardam
os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
“Nunca vos conheci!”, Dirá Yeshua, O Justo Juiz, aos que se deixarem
enredar nas malhas do “mistério da iniquidade” promovido por Satanás.
Arrependamo-nos, pois!
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

Você Realmente Sabe

Por Sha’ul Bentsion Ben Avraham
Parte I
Yeshua, o Judeu
I.1 - INTRODUÇÃO
Se alguém te perguntar quem é Paul McCartney você saberia responder?
Creio que a grande maioria saberia dizer que era um dos integrante dos Beatles. Outros lembrariam
que ele mora na Inglaterra, outros ainda que ele foi casado com Linda McCartney. A grande maioria das
pessoas pouco sabe sobre os detalhes da vida dele. Mas, se você perguntasse isto a um membro de um fãclube
dos Beatles? Você provavelmente esperaria que eles conhecessem muitas coisas a respeito do Paul
McCartney.
Agora, se alguém te perguntasse o que você sabe sobre quem foi Yeshua? Como ele viveu? A que
grupos sociais ele pertencia? Entre outras… Infelizmente, a realidade é que muitos dos que se dizem
seguidores dele mal o conhecem! E você, realmente sabe quem foi Yeshua? Esta série de artigos tem por
objetivo justamente isto: contar um pouco mais sobre Yeshua e a vida que ele levava.
I.2 – PODEMOS CUSTOMIZAR O MESSIAS?
Uma das grandes mentiras que a "Nova Era" propaga entre os povos é a idéia de que o Eterno pode
ser do jeito que você desejar que Ele seja. É como um verdadeiro supermercado espiritual onde as pessoas
escolhem aquilo no que crer. Infelizmente, muitos dos ditos seguidores de Yeshua fazem o mesmo com ele,
às vezes até mesmo sem perceber. O Yeshua que é apresentado nos Evangelhos não é uma pessoa mística
que se enquadra a qualquer gosto. Yeshua nasceu, cresceu, viveu e pregou entre judeus. Fez discípulos
judeus, que o descreveram nos livros do B'rit Chadashah (Novo Testamento) dentro de uma ótica judaica. Se
o removemos de Seu contexto judaico, jamais o entenderemos de fato.
O movimento iniciado por Yeshua cresceu tanto que hoje é encontrado em cada tribo e nação do
planeta. Tal fé rompeu todas as barreiras culturais e sociais. Em Yeshua, a mensagem do Eterno é para todos,
a salvação é para todos, e não há divisões étnicas ou barreiras raciais. Contudo, o centro da fé bíblica é
Yeshua, e Yeshua é um judeu.
I.3 – O NASCIMENTO DE UM JUDEU CHAMADO YESHUA
Ele nasceu de uma mãe judia, e pertenceu a uma típica família judaica. Como todo filho homem
judeu, fez o seu B'rit Milá, ou seja, foi circuncidado ao oitavo dia. De acordo com a tradição judaica, recebeu
o seu nome no dia em que foi circuncidado, como os judeus o fazem até hoje. Ele recebeu o nome de Yeshua.
O nome foi dado porque Yeshua significa "salvação". Yeshua recebeu a missão de salvar o Seu povo de
todos os seus pecados. Pergunta: Yeshua falhou em tal missão? Espero que ninguém responda que sim! Se
Yeshua não falhou, porque ainda há pessoas que insistem em dizer que os judeus não serão salvos? O povo
de Yeshua descende de Avraham (Abraão), Itschak (Isaque) e Ya'akov (Jacó). O povo de Yeshua é o povo
judeu.
I.4 – A VIDA COMUNITÁRIA DE YESHUA
Yeshua foi criado como judeu numa comunidade que seria equivalente ao que é hoje uma
comunidade judaico-ortodoxa. Você conhece uma comunidade judaico-ortodoxa? Não? Sem ao menos
sabermos como é, jamais entenderemos a Yeshua plenamente.
Natseret (Nazaré), cidade onde Ele cresceu, foi fundada pelos descendentes do Rei David, e ficava
na Galiléia, uma região totalmente judaica. Você conhece a história da Galiléia, berço de nosso Salvador?
Pois é, pouco se conta nas igrejas que a Galiléia era um dos maiores centros de estudos judaicos de Israel
naquela época. Yeshua não simplesmente "nasceu sabendo" tudo o que ele sabia. Lembre-se de que Ele se
desfez de Sua glória para se tornar humano. Não foi por acaso que o Pai o colocou naquele local. Yeshua
aprendeu de perto com alguns dos maiores rabinos daquela época. Você sabia que muitos de seus
ensinamentos são citações de tais rabinos? Pois é, caro leitor, como você pode ver, sem conhecermos o
trabalho de tal rabino, como compreender a educação que teve nosso Messias? Yeshua foi educado como um
parush (fariseu).
Certamente que tal educação influenciou suas disputas teológicas com algumas escolas farisaicas. Ao
contrário do que muitos crêem, Yeshua não era contra TODOS os fariseus, mas tinha disputas sérias com os
p'rushim (fariseus) da escola de Shamai, que eram extremamente legalistas.
Sua vida na comunidade judaica foi absolutamente normal. Conforme o costume judaico, ele
observava todas as festas bíblicas, e buscava ao Pai no Shabat, o dia que o Eterno desde a fundação do
mundo estabeleceu como Seu dia.
I.5 – A ALIMENTAÇÃO DE YESHUA
Yeshua tinha uma saudável alimentação kasher, segundo a Torá em Vayicra (Levítico) 11. Isto
significa que carnes como a de porco, coelho, répteis, camarão, etc., além de boa parte da gordura animal, não
faziam parte da sua dieta. Durante o Pessach (a "páscoa" judaica), Yeshua como todo bom judeu comia
apenas pães sem fermento. Yeshua também jejuava no Yom Kippur, o conhecido Dia da Expiação, quando o
Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) oferecia sacrifício pela expiação do pecado do povo.
I.6 – COMO YESHUA SE VESTIA?
Yeshua se vestia como judeu. Isto significa que não misturava lã com linho, conforme determinação
da Torá. Yeshua certamente usava talit, o sagrado manto de oração que contém os tsitsit, que são as franjas
que a Torá determina que usemos para nos lembrarmos de que devemos viver segundo os preceitos do
Eterno. Os tsitsiyot de Yeshua possuiam um fio azul, que simboliza o caminho de safira descrito em Shemot
(Êxodo) 24:10, ou seja o caminho do Eterno. Foi justamente nos tsitsit de Yeshua que a mulher que tinha
fluxo de sangue tocou e foi curada. Não foi um simples ato de tocar em Yeshua. Tocar nos tsitsit significava
que ela reconhecia nEle a autoridade de Messias.
Como todo judeu de seu tempo, Yeshua também certamente usava kippá. O kippá é uma cobertura
para a cabeça que representa nosso reconhecimento de que a Shechiná (Glória) do Eterno está sobre nós. É
uma vestimenta que deriva das vestes sacerdotais na Torá.
Yeshua também usava t'filim, popularmente conhecidos como filactérios. Os t'filim têm como
objetivo simbolizar que as leis do Eterno estão presentes em nossa mente (por isso é atado entre os olhos) e
em nossos atos (na mão). A Torá do Eterno nos guarda para que não pequemos em nossa mente nem em
nossos atos.
I.7 – YESHUA E A SINAGOGA
No Shabat, pela manhã, Yeshua ia à sinagoga. Ao contrário de muitos hoje em dia que fazem tudo
por um microfone, Yeshua sabia que antes de poder falar e questionar, era necessário aprender.
Provavelmente, como era de costume, aos cinco anos Yeshua começou a aprender a o hebraico (sua língua
nativa era o aramaico) e a estudar a Torá do Eterno. Por volta dos 13 anos, Yeshua provavelmente fez o seu
Bar Mitsvá, uma cerimônia que marca a passagem da criança para a vida adulta. Como todo judeu, aos 13
anos Yeshua tinha que saber de cor toda a Torá.
Fica a pergunta: nós que nos dizemos seguidores dele, quanto das Escrituras sabem nossos filhos aos
13 anos? Será que nós sabemos hoje tanto quanto um menino judeu sabia no tempo de Yeshua? Como
teremos uma fé sólida sem conhecermos as escrituras.
No Shabat, Yeshua não só aprendia a Torá como recitava bênçãos. Estas bênçãos não são como nas
igrejas pós-modernas. Não visavam prosperidade, mas sim darmos o devido reconhecimento ao Eterno da
soberania dEle sobre nossas vidas. Ao declararmos Sua majestade, fortalecemos nossa fé. Ao fortalecermos
nossa fé, nossa vida espiritual melhora. Com a vida espiritual melhor, somos mais felizes, mais preparados e
nos sentimos mais próximos ao Eterno. O menino Yeshua sabia disto ao ler o Sidur (livro de bênçãos) a cada
Shabat. Após sua maioridade, Yeshua também passou a participar da leitura do Tanach. É tradição judaica
até hoje ler-se muito os textos sagrados no Shabat. Foi desta forma que Yeshua pôde ler o rolo de Yesha'yahu
(Isaías) e declarar que Ele era o seu cumprimento. Yeshua sempre argumentava a partir das Escrituras,
expondo-as perante o questionador (uma técnica rabínica).
Ao final do Shabat, Yeshua participava do Kidush, que é o animado partir do pão onde damos
graças ao Eterno pelas provisões semanais. Os discípulos de Yeshua mantiveram esta prática após os
serviços, tanto que é mencionado o partir do pão diversas vezes no livro de Atos.
I.8 – YESHUA SE TORNA UM RABINO
Yeshua tornou-se um respeitado rabino. Para alguém se tornar um rabino, é necessário (até hoje)
muito estudo. Este foi certamente um dos motivos (ou talvez "o" motivo) de Seu ministério só ter se iniciado
por volta dos 30 anos. Ele ensinava a partir do Tanach (Tanach significa: Torá, Nevi'im / Profetas, e Ketuvim
/ Escritos). Ao contrário do que aparece nos filmes, a grande maioria dos discípulos de um rabino eram
meninos, bastante jovens. Com Yeshua não era diferente. Vemos até mesmo pela idade em que morreram
que os discípulos de Yeshua tinham entre 13 e 20 anos, no máximo. Eram meninos inexperientes.
Ao contrário da nossa cultura, onde vamos à escola por 4-5 horas e voltamos para casa, um discípulo
no judaísmo vivia com o seu rabino. Com os discípulos de Yeshua não era diferente. Eles não desviavam os
olhos de Yeshua um minuto sequer. Será que somos assim?
I.9 – YESHUA: ETERNAMENTE JUDEU
Infelizmente, ao longo dos séculos, a figura de Yeshua transformou-se no "Jesus anti-semita" que
encontramos primeiro na igreja de Roma, mas que depois foi herdada por muitas outras igrejas. A teologia
anti-judaica e a premissa de que não é importante vivermos conforme as leis do Eterno nada tinha de
semelhante com a pregação do rabino Yeshua, um grande judeu que viveu o pleno cumprimento da Torá.
Yeshua é um judeu, viveu como judeu, morreu como judeu, e de acordo com Ezequiel, continuará a
ser o Sumo Sacerdote segundo a ordem de Malki Tsedek, oficiando no Templo (judaico) de Yerushalayim
(Jerusalém).
Tão precioso sangue de Yeshua, derramado por nossos pecados no madeiro, era sangue judeu. E a
placa acima de seu madeiro dizia: "Yeshua de Natseret, Rei dos Judeus"
Parte II
Com Quem Yeshua Estudou
II.1 – ONDE ESTUDOU YESHUA?
Segundo a tradição judaica, o Messias deveria ensinar ao povo a correta interpretação da Palavra do
Eterno. E foi isto que Yeshua fez. Para isto, antes de começar o seu ministério, Yeshua foi um aluno bastante
aplicado.
Yeshua demonstrou grande familiaridade tanto com a linha dos essênios (com a qual teve contato
através de seu primo Yochanan Bar Zachariá, popularmente conhecido como "João Batista") quanto com a
linha rabínica da escola de Hillel.
Mas seu conhecimento não se limitava às tais linhas. Yeshua, antes de mais nada, conhecia
profundamente as Escrituras e a sabedoria judaica.
II.2 - PARALELOS ENTRE YESHUA E A ESCOLA DE HILLEL
Os ensinamentos de Yeshua se assemelharam muito com a linha da escola de Hillel (embora
houvesse alguns itens de discordância, como questão do divórcio por exemplo). Hillel, que viveu pouco
tempo antes de Yeshua, foi um dos maiores judeus de toda a história, um grande rabino.
Veja o impressionante paralelo entre os ensinamentos de Yeshua e Escola de Hillel:
1) A Escola de Hillel disse: "se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele" (Testamento
de Yossef XVIII.2)
Yeshua disse: "Eu vos digo ainda: Amai aos inimigos de vocês, e orai pelos que vos perseguem;" -
Matitiyahu (Mateus) 5:44
2) Em Menahot 4, no Talmud, encontramos o Rabino Shamai querendo fazer tsitsit mais largos do
que os seguidores da Escola de Hillel (Menahot 4)
Yeshua disse: "Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam as
tiras dos seus tefilin, e aumentam os tsitsiyot dos seus mantos;" – Matitiyahu (Mateus) 23:5
3) A Escola de Hillel disse: "Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é menor
letra da Torá, eles não seriam bem sucedidos" (Canticles Rabá 5.11; Leviticus Rabá 19). "Nenhuma letra da
Torá jamais será abolida" (Exodus Rabá 6.1).
Yeshua disse: "17 Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir.
18 Amen, e eu vos digo pois que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torá um só
Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido." – Matitiyahu (Mateus) 5:17-18
4) A Escola de Hillel disse: "Aquele que é misericordioso para com os outros receberá misericórida
do Céu" (Talmud - Shabat 151b; - compare com);
Yeshua disse: "Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia." - Matitiyahu
(Mateus) 5:7 )
5) A Escola de Hillel disse: "Eles falam 'Remova o cisco do seu olho?' Ele retrucará, 'Remova trave
do seu próprio olho" (Talmud - Baba Bathra 15b).
Yeshua disse: "E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu
olho?" – Matitiyahu (Mateus 7:3)
6) A Escola de Hillel disse: "É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser
observados; as leis foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse por
elas." Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel (os p'rushim que debatiam
com Yeshua certamente eram da escola de Shamai): salvar vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de
cobra, e cozinhar para os doentes (Shabat 18.3; Tosefta Shabat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15)
Yeshua disse:"Então lhes perguntou: É lícito no Shabat fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida ou
matar? Eles, porém, se calaram." – Marcus 3:4
7) "o Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat," também aparece em material
rabínico (Mekilta 103b, Yoma 85b). Além disto, os Rabinos da escola de Hillel frequentemente citavam
Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros era mais importante do que observar ritos e
costumes (Suká 49b, Deuteronomy Raba em 16:18, etc.),
Yeshua disse:"E prosseguiu: O Shabat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do
Shabat." – Marcus 2:27
8) A respeito dos exageros nos rituais de purificação, um rabino da escola de Hillel, Yohanan ben
Zakai, contemporâneo de Yeshua, disse: "Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água,
disse: "Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água, mas a ordenança do Rei dos Reis, que
purifica." - compare com o relato de Marcus 7
9) Os rabinos da escola de Hillel também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que
somos salvos, e não por mérito de obras: "Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e
boas obras não temos; aja para conosco em graça." (Tehillim Rabá, on 119,123)
10) A Escola de Hillel também teve disputas com Saduceus a respeito da questão da ressurreição dos
mortos. Veja o que o rabino Gamaliel, neto de Hillel e contemporâneo de Yeshua, disse, referindo os
Saduceus a Devarim (Deuteronômio) 11:21 ou Shemot (Êxodo) 6:4, ". a terra que YHWH jurou dar aos seus
pais”,o argumento é lógico e convincente: “os mortos não podem receber, mas eles viverão novamente para
receber a terra” (Talmud – Sanhedrin 90b)
Yeshua disse: “Mas que os mortos hão de ressurgir, o próprio Moshe o mostrou na passagem a
respeito da sarça, quando chama a YHWH: Elohim de Avraham, e Elohim de Yits’chak e Elohim de
Ya’akov. Ora, ele não é Elohim de mortos, mas de vivos; porque araEle todos vivem.” Lc 20:37-38
11) O rabino Yochanan ben Zakai também conta parábola semelhante à de Yeshua, a respeito de
convidados de um rei para o banquete Messiânico, ao comentar Yesha'yahu (Isaías) 65:13 e Eclesiastes 9:8
(vide Talmud – Shabat 153a).
12) O próprio Hillel disse: "Sejam discípulos de Aaron, amando a paz e perseguindo a paz, amando
as pessoas e as trazendo para perto da Torá" (m.Avot 1:12)
Yeshua disse: "9 Benditos os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Elohim."
Matitiyahu (Mateus) 5:9
"Uma nova mitsvá vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que
também vós vos ameis uns aos outros." Yochanan (João) 13:34
13) A "Regra de Ouro" de Hillel: "...e [Hillel] disse a ele "Não faça aos outros o que não deseja que
façam a você: esta é toda a Torá, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto." (b.Shab. 31a)
Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da escola de Hillel, é citada explicitamente por
Yeshua em: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque
esta é a Torá e os profetas." – Matitiyahu (Mateus) 7:12
II.3 - PARALELOS ENTRE YESHUA E OS ESSÊNIOS
Yeshua também demonstrou grande familiaridade com a teologia dos essênios, a qual muito
provavelmente aprendeu com Yochanan, seu primo (o qual pouca gente ousaria discordar do fato de que
pertenceu ao segmento dos essênios)
1)Os essênios promoviam a unidade (Yachad) em amor. (Philo; A Hipotética 11:2)
Yeshua disse: "para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também
eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." – Yochanan (João) 17:21
2) Os essênios estabeleciam um conselho de 12 para direcionar a comunidade (1Q58:1). Compare
isto com a autoridade dada a Yeshua para os 12 talmidim (discípulos), a fim de que eles pudessem gerenciar o
povo.
3) Os essênios eram frontalmente contra juramentos (Documento de Damasco - Geniza A; Col. 15;
Linhas 1-3) – compare com Matitiyahu (Mateus) 5:33-37
4) Sobre as viagens dos essênios para pregarem a Palavra do Eterno, veja o que diz o historiador
Flavius Josefus: "...e se alguém do segmento deles vem de outros lugares, o que eles têm permanece aberto a
eles, como se fossem um deles... como se fossem conhecidos deles de muito tempo. Por esta razão eles não
levam nada consigo quando viajam a lugares remotos, apesar de ainda levarem suas armas, por medo de
ladrões.Da mesma forma, existe em cada cidade onde eles vivem, alguém com a atribuição particular de
cuidar dos estranhos, e prover roupas e outras necessidades para eles." (Josephus; Guerras 2:8:4) – compare
com Matitiyahu (Mateus) 10:9-11 e Lucas 22:38
5) A questão do divórcio:
"... eles são pegos em duas armadilhas: fornicação, por pegarem duas esposas ao longo de suas vidas
apesar do princípio da criação ser: "macho e fêmea Ele os criou." (Documento de Damasco - Col. 4 - linha 20
a Col. 5 - linha 1)
Yeshua disse: "Respondeu-lhe Yeshua: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio
homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os
dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Elohim ajuntou, não o
separe o homem." – Matitiyahu (Mateus) 19:4-6
6) A Halacha sobre a questão de "Korban" (uma oferta) ser usada como desculpa para violar a Torá
(vide Matitiyahu / Mateus 15:1-8) – é encontrada de forma similar entre os essênios (Documento de Damasco
16:13)
7) No capítulo 4 de Yochanan (João) encontramos a alegoria da "Água Viva" saindo do poço de
Ya'akov (Jacó) e trazendo a salvação e a vida eterna. No Manual de Disciplina dos essênios, a lição da "água
viva" é encontrada e retirada simbolicamente do poço de Bamidbar (N meros) 21:8, identificado pelo
pergaminho como sendo a Torá. Podemos concluir que Yochanan (João) 4 é uma Midrash (interpretação
alegórica), baseada num conceito existente entre os essênios naquela época, para concluir que Yeshua é a
Torah Viva, nossa fonte de vida eterna (Compare Yochanan / João 4:10 e Documento de Damasco VI, 4-5;
VII, 9 - VII, 21).
8) O uso do Seder de Pessach (a ceia da "Páscoa Judaica") como sendo um banquete messiânico,
também era um conceito essênio (Josephus - Guerras 2:8:5; Manual de Disciplina 6:3-6 e 1QSa. 2, 17-21)
9) O conceito de serem 'Bnei Or' (Filhos da Luz - compare Lucas 16:8 e Yochanan / João 12:36 com
Manual de Disciplina 1,9: 2,24; 1QM)
10) Yeshua conhecia bem o Messias esperado pelos essênios. Veja a explicação que ele deu a
Yochanan Bar Zachariá (João Batista) em Lucas 7:22: "Então lhes respondeu: Ide, e contai a Yochanan o que
tens visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os
mortos são ressuscitados, e aos pobres são anunciadas as Boas Novas."
Agora compare com o critério do Messias esperado pelos essênios:
"[os céus] e a terra ouvirão ao Seu Messias, e ninguém se afastará dos mandamentos dos santos.
Vocês que buscam ao S-NHOR, fortaleçam-se no serviço dEle! Todos vocês esperançosos em (seu) coração,
vocês não encontrarão o S-NHOR nisto? Porque o S-NHOR considerará os hassidim (pios) e chamará os
justos pelo nome. Sobre os pobres o Seu espírito pairará e renovará os fiéis com o Seu poder. E Ele glorificará
os hassidim (pios) no trono do Reino Eterno. Ele que libera os cativos, restaura a visão dos cegos, endireita os
[tortos]... E o S-nhor fará coisas gloriosas que nunca houveram... Pois Ele curará os feridos, e reviverá os
mortos e trará as Boas Novas aos pobres..." (4Q521)
11) O conceito da "luz da vida" (Yochanan / João. 8:12 & Man. Disc. 3, 7)
II.4 - PARALELOS ENTRE YESHUA E OUTROS RABINOS
Vemos ainda alguns paralelos entre Yeshua e outros rabinos. Como a literatura rabínica é muito
extensa, é provável que encontremos ainda muitos outros, mas a idéia deste artigo é apenas a de demonstrar
como Yeshua foi muito bem instruído na sabedoria judaica:
1) Normalmente, Yeshua discordava fortemente dos p'rushim (fariseus) da escola de Shamai, os
quais eram extremamente legalistas em sua observância da Torá. Vemos apenas UMA situação em que
Yeshua concorda com a escola de Shamai, que é a questão do divórcio (repudiar a esposa) exposta em
Matitiyahu (Mateus) 5:31-32, semelhante à posição da escola de Shamai em m.Gittin 9:10).
2) Algumas expressões tais como "se teu olho direito de ofende, arranca-o" e "se a tua mão direita te
ofende, corta-a for a" (Mt. 5:29-30) são encontradas em discursos rabínicos semelhantes (vide Nidá 13b)
II.5 - CONCLUSÃO
"E crescia Yeshua em sabedoria, em estatura e em graça diante de Elohim e dos homens." – Lucas
2:52
As Escrituras deixam bem claro que Yeshua recebeu instrução. Porém, o espectro de conhecimento
apresentado pelo rabino Yeshua, tanto das Escrituras, quanto das técnicas de interpretação da mesma, da
tradição oral, e dos ensinamentos dos sábios e rabinos ao longo da história dos judeus, é simplesmente
inimaginável!
Tamanho conhecimento e habilidade jamais foram vistos em toda a história de Israel, e só poderiam
vir do Filho de Elohim!
Parte III
Yeshua, O Rabino
III.1 - INTRODUÇÃO
Para entender completamente o que Yeshua fazia, e também seus ensinamentos, é necessário
entendermos o que era ser rabino no primeiro século, como ensinavam, etc.
III.2 - O QUE FAZ UM RABINO?
Quando conhecemos alguém, uma das primeiras perguntas que fazemos é "Qual a sua profissão?"
Dependendo da profissão, pedimos também à pessoa para explicar um pouco do que ela faz. Ao conhecermos
mais sobre a profissão de uma pessoa, passamos a conhecer mais sobre a própria pessoa, pois ela passa grande
parte da vida dela naquela atividade. Por exemplo, se descobrimos que a pessoa que acabamos de conhecer é
um médico, esta informação nos diz bastante a respeito da educação da pessoa, do seu círculo social, do seu
status financeiro e até mesmo da sua rotina diária.
E se você tivesse a oportunidade de voltar no tempo e encontrar com o Yeshua dos Evangelhos, e
perguntasse: "O que você faz?" O que Ele te diria? Que tipo de educação um Salvador precisa ter? Qual era o
status social da profissão de Filho de YHWH? Quanto um Messias ganhava por mês? Qual era a rotina de um
Libertador? Pois é, estas perguntas não fazem sentido, não é mesmo? Porque o fato é que conhecemos muito a
respeito das definições teológicas de Yeshua (i.e. Salvador, Filho de YHWH, Messias, etc.), mas
normalmente as pessoas conhecem pouco sobre a vocação de Yeshua.
A vocação de Yeshua era ser rabino. Ele era um rabino de Galil (Galiléia), com muitos admiradores
e seguidores. Só estes fatos já nos dizem muita coisa sobre quem o rabino Yeshua realmente é.
Naqueles dias, o termo "rabino" ainda não tinha o significado de hoje. Hoje em dia, "rabino" é um
termo usado automaticamente para quem se forma em uma Yeshiva (instituição rabínica). O termo "rabino"
era um termo respeitoso para um grande professor. É neste contexto que devemos procurar entender o rabino
Yeshua.
Felizmente, a literatura judaica preservou para nós uma grande riqueza em termos de tradições,
ensinamentos, parábolas e histórias de grandes rabinos do Judaísmo da mesma era que Yeshua (isto é, da Era
do Segundo Templo). Ao compararmos as palavras, as vidas e as aventuras de outros rabinos
contemporâneos de Yeshua, conseguimos aprender bastante sobre o que significava ser um rabino no
Primeiro Século.
III.3 - QUAL ERA O SALÁRIO DE YESHUA?
Um rabino do Primeiro Século não era um clérigo ou ministro ordenado. Aliás, apesar de muitas
vezes serem vistos desta forma (devido principalmente à cultura ocidental), até hoje os rabinos não são
exatamente ministros. Os rabinos do Primeiro Século não recebiam salário de uma sinagoga ou denominação.
Ao invés disto, eles tipicamente praticavam alguma atividade comercial para sustentar o seu ministério de
ensino, ou viviam de doações. Por exemplo, Raban Gamliel aconselhava os seus alunos a combinar a prática
da instrução da Torá com uma atividade mundana (Avot 2:2). Seu aluno mais famoso,
o rabino Sha'ul HaBinyamin, mais popularmente conhecido como o apóstolo Paulo, escolheu
ser um fabricante de tendas ao invés de aceitar doações de seus talmidim (discípulos).
Outros professores, como Yeshua, ensinavam e faziam talmidim (discípulos) em tempo integral. Tais
professores dependiam de doações da comunidade e de seus alunos. (Lucas 8:3 menciona algumas mulheres
que apoiavam o ministério de Yeshua. Yochanan / João 12:6 lembra que havia uma sacola de doações levada
por Yeshua e seus talmidim / discípulos.) Quando um rabino decidia se dedicar em tempo integral ao
ministério, isto normalmente significava ter que levar um estilo de
vida bastante humilde. Por isto ele disse que as raposas tinham tocas e os pássaros tinham ninhos,
mas o Filho do Homem não tinha um lugar para recostar a cabeça.
III.4 - ONDE MORAVA E TRABALHAVA YESHUA?
Pelo Talmud, fica bem evidente que na maioria das vezes um rabino do Primeiro Século ensinava de
uma sinagoga local. As sinagogas eram normalmente chamadas de Beit Midrash (Casa de Estudo). Os alunos
que desejavam aprender daqueles rabinos frequentemente viajavam grandes distâncias e, se fossem aceitos
como talmidim (discípulos), eles dedicavam as suas vidas não só a estudar, mas também a viver com o seu
rabino. Por outro lado, muitos dos sábios do Judaísmo do Primeiro Século eram itinerantes, viajando de
cidade em cidade, de sinagoga em sinagoga, ensinando a Torá e fazendo talmidim (discípulos). O ministério
de Yeshua certamente era itinerante, embora ele também utilizasse Kfar Nachum (Cafarnaum) como sua base.
Tanto que nos Evangelhos vemos Kfar Nachum (Cafarnaum) sendo chamada de "Sua própria cidade."
(Matitiyahu / Mateus 9:1). Em Kfar Nachum (Cafarnaum), muito provavelmente ele se hospedava em um
quarto na casa de Kefá (Pedro). Contudo, ele certamente rejitou a oferta de se tornar um rabino residente de
Kfar Nachum (vide Lucas 4:43).
A maior parte do ministério de Yeshua consistiu das viagens dentre Yerushalayim (Jerusalém) e
Galil (Galiléia). Mas por que? Porque como todo judeu observante da Torá em Israel, ele tinha que ir a
Yerushalayim (Jerusalém) e ao Templo para cada uma das três festas de peregrinação: Pessach, Shavuot
(Pentecostes) e Sukot (Tabernáculos). O Talmud relata que os sábios aproveitavam as grandes multidões de
peregrinos para ensinar um grande número de pessoas nas alas do Templo durante os festivais. Até mesmo
aqueles rabinos que normalmente ficavam em uma só localidade faziam isto, por entenderem que era uma
grande oportunidade de ensinar às massas. É por isto que vemos nos Evangelhos Yeshua frequentemente
ensinando nas alas do Templo, sempre durante as Moedim (Festas Bíblicas).
III.5 - QUAL EXATAMENTE ERA A FUNÇÃO DE UM RABINO?
A função de um rabino no início do Judaísmo era a de transmitir os ensinamentos (ou seja, a Torá)
para a próxima geração. O livro de Pirkei Avot ("A Ética dos Pais") começa com estas palavras "Moshe
(Moisés) recebeu a Torá do Sinai e a transmitiu a seu talmid (discípulo) Yehoshua (Josué) e aos anciãos; os
anciãos aos profetas, e os profetas os homens da grande assembléia (geração de Ezra / Esdras)." (Avot 1:1)
O padrão de professor-discípulo para transmissão da Torá e do conhecimento do Eterno foi
estabelecido desde de o início da história, e temos como primeiro exemplo mais concreto a Moshe e
Yehoshua (Moisés e Josué). Aos professores de cada geração era confiada a tarefa de fazer talmidim
(discípulos) e formar futuros professores para a próxima geração. Geração após geração, de professor a
aluno, os ensinamentos da Torá eram transmitidos. Um rabino do Judaísmo do Primeiro Século era dedicado
exatamente a esta função (como é considerado função de um rabino até hoje): ensinar a Torá do Eterno. O
propósito de sua vida era explicar a Torá em termos práticos e comunicar o conhecimento do Eterno para a
geração seguinte.
III.6 - OS TRÊS CRITÉRIOS PARA UM RABINO
O Pirkei Avot continua "Os Homens da Grande Assembléia disseram três coisas `Seja deliberado
em seu julgamento, forme muitos talmidim (discípulos), e faça uma cerca para a Torá." Esta era a função de
um rabino do Primeiro Século.
I – Ser deliberado no julgamento: A função de um rabino era ser cuidadoso ao tomar uma decisão
legal ou ao interpretar as Escrituras. Ele tinha que cuidadosamente examinar todas as evidências. Quando lhe
era perguntado algo sobre as Escrituras, ou quando tinha que tomar uma decisão como ancião ou juiz em uma
corte, ou até mesmo ao tomar decisões sobre a observância da Torá (halacha), um rabino tinha que ser
cuidadoso e deliberado. Um rabino levava as Escrituras a sério, e as estudava cuidadosamente para ser
deliberado em seu julgamento.
II – Formar muitos talmidim (discípulos): A função de um rabino era a de formar muitos talmidim
(discípulos). Ele tinha que passar as instruções a muitos alunos. Se ele não o fizesse, não haveria
continuidade de geração em geração. Sem talmidim (discípulos), o estudo da Torá e o conhecimento do
bem desapareceriam em uma passagem de geração, e a próxima geração cairia em apostasia. A função de
um rabino era a de formar talmidim (discípulos) que por sua vez se tornariam professores e formariam
outros discípulos, para que a Torá não se perdesse.
III – Fazer uma Cerca para a Torá: A tarefa de um rabino era a de proteger a Torá, ou seja,
proteger os mandamentos para que o povo não caísse em pecado. Por exemplo, para que uma pessoa não
cometesse adultério, os sábios fizeram uma cerca, dizendo que um homem não deveria ficar sozinho com
uma mulher que não fosse sua esposa, para que não caísse na tentação do adultério. Alguns dizem que
Yeshua condenou o princípio da cerca, mas na realidade o que Yeshua condenou foi o excessivo
legalismo, e o peso que havia nos exageros sobre as leis de cerca. Como em tudo na vida, o ser humano
tem a tendência a cometer exageros, e as leis de cerca, que eram um conceito válido e muito interessante,
tornaram-se um peso muito grande.
Em seu ministério, Yeshua foi um rabino completo, cumprindo os três critérios acima. Ele foi
deliberado em sue julgamento, tomando decisões brilhantes a respeito da interpretação da Torá. Ele formou
muitos talmidim (discípulos), mais do que qualquer outro rabino jamais o fez. Além dos Doze Apóstolos, ele
tinha centenas de alunos devotos, e milhares de pessoas que ouviam aos seus ensinamentos. Ele fez cercas
para a Torá, por exemplo quando disse que alguém que sequer olha para uma mulher com desejo já cometeu
com ela adultério no coração. Ou quando disse para não fazermos juramentos, mas que o nosso sim seja sim e
o não seja não. Nestes dois exemplos, ele fez cercas para os mandamentos de adultério, e para alguns
mandamentos relacionados ao falar (i.e. não levantar falso testemunho, leis a respeito de juramentos, não
tomar o nome do Eterno em vão, etc.). Vemos então que Yeshua era um rabino completo.
III.7 - ENTENDENDO AS PALAVRAS DO RABINO YESHUA
Quando começamos a estudar os ensinamentos e metodologias de ensino dos primeiros rabinos,
fazemos uma descoberta fantástica. Logo percebemos que muitas das palavras e ensinamentos de Yeshua
refletem os ensinamentos de outros rabinos anteriores ou contemporâneos a ele. A metodologia,
hermenêutica, argumentação, pressuposições teológicas, e até mesmo os assuntos abordados nos
ensinamentos de Yeshua são fundamentalmente rabínicos. Até mesmo a sua forma de ensinar utilizando
parábolas era um método de ensino comum no Primeiro Século. Muitas de suas parábolas são derivadas de
parábolas de outros rabinos anteriores a ele, que Yeshua aproveitou e/ou reformulou para transmitir Sua
mensagem. Em poucas palavras, como rabino, ele utilizou as ferramentas de um rabino para transmitir
Suas idéias. Ele utilizou tanto técnicas rabínicas quanto materiais rabínicos, tal qual já demonstramos
brevemente no segundo artigo desta série.
A literatura judaica nos permite comparar Suas palavras com as palavras dos rabinos que vieram
antes dEle, ou mesmo dos rabinos contemporâneos a Ele. Assim, conseguimos compreender melhor
algumas expressões idiomáticas obscuras e elementos do estilo judaico que Yeshua empregou, ao fazermos
tais comparações. Através da literatura judaica, conseguimos entender melhor os pontos de conflito entre
Yeshua e o sistema do Judaísmo que existia no Primeiro Século. E o melhor de tudo é que,
consequentemente, conseguimos entender melhor a Yeshua e à Sua mensagem, dentro do seu contexto
original.
III.8 - CONCLUSÃO
Yeshua é um rabino. Seus ensinamentos são fundamentalmente rabínicos. Para entendermos melhor
quem Ele foi e o que Ele ensinou, é necessário explorarmos o material e as metodologias rabínicas de Sua
época.
Parte IV
Um Rabino Muito Especial
IV.1 - INTRODUÇÃO
As três primeiras partes deste estudo mostravam como Yeshua se encaixa na descrição normal de um
rabino do Primeiro Século Yeshua foi o único rabino com autoridade para questionar até mesmo as tradições
rabínicas anteriores. O próprio Judaísmo rabínico reconhece que o Messias tem autoridade para mudar a
Halacha (as decisões sobre como observar corretamente a Torá), e ensinar a observar propriamente a Lei do
Eterno. Yeshua não mudou a Torá, pois o Eterno não muda, mas questionou muitas tradições rabínicas
(embora tenha concordado com outras). Yeshua disse "Vocês têm ouvido… mas Eu lhes digo." Quando dizia
esta frase, Yeshua mostrava Sua autoridade absoluta. Por isto lemos "Ao concluir Yeshua este discurso, as
multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo semichá, e não como os seus
professores da Torá." (Matitiyahu / Mateus 7:28-29)
IV.4 – OS MILAGRES DO NOSSO RABINO
O ministério de ensinamento do rabino Yeshua foi complementado e validado pelas manifestações
dos milagres do Reino dos Céus que o acompanhavam. Os doentes foram curados, os que eram oprimidos
por demônios foram libertos, os famintos foram alimentados, os cegos voltaram a ver, os aleijados andaram,
os surdos ouviram, e os mortos voltaram à vida. Milagres desta magnitude eram muito raros dentre outros
rabinos. Mas no ministério do rabino Yeshua, os milagres eram a regra, e não a exceção.
IV.5 – UM RABINO SE TORNA MALDIÇÃO
Os rabinos do Primeiro Século conheciam muito bem a Torá. Sabiam que a Torá, como Palavra do
Eterno, é Ets Chayim, mas também pode trazer morte. Por que? Porque o conhecimento do bem não vem sem
o conhecimento do mal, e eles sabiam quais eram as consequências de não viverem segundo a Torá. Sabiam
de todas as terríveis maldições que viriam como consequência disto. Certamente encontraríamos no Primeiro
Século, e até mesmo hoje em dia, muitos rabinos que dariam sua vida para salvar a alguém.
No entanto, nenhum rabino que se preze aceitaria tomar sobre si todas as horríveis maldições que a
Torá descreve como sendo conseqüência da transgressão. Certamente que não aceitariam nem mesmo a
metade. Yeshua, como rabino, conhecia bem a Torá. Sabia de todas as horríveis maldições, tanto físicas
quanto espirituais, que estaria para sofrer, em nosso lugar. E em Seu grande amor, Yeshua decidiu nos salvar.
O maior rabino de todos os tempos também demonstrou o maior amor de todos os tempos, ao tomar sobre si
algo que todos os outros rabinos julgavam e ainda julgam impensável.
IV.6 – O RABINO QUE VOLTOU DOS MORTOS
Yeshua também foi o único rabino a ressurgir de dentre os mortos. Nenhum outro rabino na história
jamais fez, e jamais fará tal coisa. Se você ainda tem dúvidas sobre isto, imagine a seguinte situação: após a
sua morte, os seus talmidim (discípulos) estavam dispersos e completamente desnorteados. Eram pobres, sem
as doações que eram feitas ao ministério de Yeshua, não tinham como se sustentar. Estavam desapontados,
pois esperavam ver o seu rabino coroado como rei em Yerushalayim (Jerusalém), e no entanto seu rabino foi
preso, torturado, morto e nada fez para impedir. A grande maioria das multidões que o seguiam agora também
estavam desapontadas, se sentindo desiludidas pois também esperavam que Yeshua os libertasse de Roma.
Sem dinheiro, sem as multidões, sem rumo, sem o seu pastor, confusos, desiludidos, amedrontados,
dispersos, perseguidos por Roma e por muitos moradores da região de Yehudá: este era o quadro dos
talmidim (discípulos) de Yeshua. E no entanto, algo acontecesse. Eles passam de adolescentes amedrontados
a intrépidos proclamadores do Reino dos
Céus, ao ponto de levarem adiante a mensagem de Yeshua até os confins da Terra, dispostos a darem
suas vidas por esta mensagem. O que mudou? Justamente o fato de que Yeshua ressurgiu dos mortos, e
apareceu para eles. Sem isto seria impossível imaginar que os talmidim (discípulos) seriam capazes de
levarem sozinhos uma mentira adiante.
IV.7 – SEGUINDO O RABINO YESHUA
Uma coisa é saber que Yeshua foi um rabino e até chamá-lo de rabino Yeshua. Outra coisa bem
diferente fazer dEle o seu rabino. Tal como no Primeiro Século, até os dias de hoje existe uma grande
diferença entre aqueles que são curados ou salvos por Yeshua, e aqueles que decidem serem seus talmidim
(discípulos). Para realmente aprendermos de Yeshua como os primeiros talmidim (discípulos) faziam, temos
que entender como Ele vivia, e procurar viver da mesma forma, e seguí-lo. Pois o chamado de Yeshua é para
que nós o sigamos. Se desejamos conhecê-Lo como Ele realmente é, devemos experimentá-Lo não apenas
como Salvador, mas também como Mestre e S-nhor, e devemos dedicar nossas vidas ao discipulado dEle.
Assim como ocorria no contexto do Primeiro Século, devemos entender que ser discípulo de Yeshua
é estar aprendendo constantemente dEle. É um processo de uma vida inteira. O mesmo chamado de Yeshua
está disponível até hoje.

A MENTIRA DA IMORTALIDADE ALMA

A idéia se introduz no judaísmo, na cristandade e no islamismo

“Religião é, entre outras coisas, uma maneira de fazer as pessoas se resignarem com o fato de que algum dia terão de morrer, seja com a promessa de uma vida melhor no além, seja com o renascimento, ou com ambos.” — GERHARD HERM, AUTOR ALEMÃO.

AO FAZEREM a promessa de haver vida após a morte, praticamente todas as religiões dependem da crença de que o homem tem uma alma que é imortal e que, na morte, ela viaja para outro domínio ou transmigra para outra criatura. Conforme mencionado na seção anterior, a crença na imortalidade humana tem sido parte integrante das religiões orientais desde o seu começo. Mas que dizer do judaísmo, da cristandade e do islamismo? Como se tornou este ensino um ponto central dessas crenças?

O judaísmo absorve conceitos gregos

2 As raízes do judaísmo remontam a uns 4.000 anos, ao tempo de Abraão. Os escritos sagrados hebraicos tiveram início no século 16 AEC e estavam completos na época em que Sócrates e Platão deram forma à teoria da imortalidade da alma. Será que essas Escrituras ensinam a imortalidade da alma?

3 A Encyclopaedia Judaica responde: “Somente no período pós-bíblico é que a crença firme e clara na imortalidade da alma se estabeleceu . . . e se tornou um dos fundamentos das crenças judaica e cristã.” Ela declara também: “No período bíblico, a pessoa era considerada como um todo. De modo que a alma não era nitidamente diferenciada do corpo.” Os judeus primitivos criam na ressurreição dos mortos, e isto “deve ser distinguido da crença [na] imortalidade da alma”, salienta esta enciclopédia.

4 Então, como se tornou esta doutrina “um dos fundamentos” do judaísmo? A História fornece a resposta. Em 332 AEC, Alexandre, o Grande, conquistou grande parte do Oriente Médio numa vitória rápida. Quando ele chegou a Jerusalém, os judeus o acolheram de braços abertos. Segundo o historiador judeu Flávio Josefo, do primeiro século, eles até lhe mostraram a profecia do livro de Daniel, escrita mais de 200 anos antes, que descreve claramente as conquistas de Alexandre no papel de “o rei da Grécia”. (Daniel 8:5-8, 21) Os sucessores de Alexandre levaram avante seu plano de helenização, permeando todas as partes do império com a língua, a cultura e a filosofia gregas. A fusão das duas culturas — a grega e a judaica — foi inevitável.

5 No começo do terceiro século AEC, foi iniciada a primeira tradução das Escrituras Hebraicas para o grego, chamada de Septuaginta. Por meio dela, muitos gentios passaram a respeitar a religião judaica e a familiarizar-se com ela, alguns até mesmo se convertendo. Os judeus, por outro lado, tornaram-se entendidos no pensamento grego, e alguns se tornaram filósofos, algo inteiramente novo para eles. Filo de Alexandria, do primeiro século EC, foi um de tais filósofos judeus.

6 Filo reverenciava Platão e se esforçava a explicar o judaísmo em termos da filosofia grega. “Por criar uma síntese ímpar de filosofia platônica e tradição bíblica”, diz o livro Heaven—A History (Céu — Uma História), “Filo preparou o caminho para posteriores pensadores cristãos [bem como judeus]”. E qual era a crença de Filo a respeito da alma? O livro prossegue: “Para ele, a morte restabelece a alma no seu estado pré-natal, original. Visto que a alma pertence ao mundo espiritual, a vida no corpo torna-se nada mais do que um episódio breve, muitas vezes desafortunado.” Outros pensadores judeus, que criam na imortalidade da alma, incluíam Isaac Israeli, bem-conhecido médico judeu do décimo século, e Moisés Mendelssohn, filósofo judeu-alemão do século 18.

7 Um livro que também influenciou profundamente as idéias e a vida dos judeus é o Talmude — um resumo escrito, com posteriores comentários e explicações, da chamada lei oral, compilado por rabinos a partir do segundo século EC até a Idade Média. “Os rabinos do Talmude”, diz a Encyclopaedia Judaica, “criam na existência continuada da alma após a morte”. O Talmude até mesmo fala de os mortos contatarem os vivos. “Provavelmente pela influência do platonismo”, diz a Encyclopædia of Religion and Ethics (Enciclopédia de Religião e Ética), “[os rabinos] criam na preexistência das almas”.

8 Posterior literatura judaica mística, a Cabala, vai até ao ponto de ensinar a reencarnação. Sobre esta crença diz The New Standard Jewish Encyclopedia (Nova Enciclopédia Judaica Padrão): “A idéia parece ter-se originado na Índia. . . . Na Cabala ela se apresenta pela primeira vez no livro Bahir, e depois, de Zohar em diante, foi comumente aceita por místicos, desempenhando um papel importante na crença e na literatura do hassidismo.” No Israel atual, a reencarnação é amplamente aceita como ensino judaico.

9 Portanto, a idéia da imortalidade da alma foi introduzida no judaísmo através da influência da filosofia grega, e o conceito é hoje aceito pela maioria das suas facções. O que se pode dizer a respeito da introdução desse ensino na cristandade?

A cristandade adota as idéias de Platão

10 O cristianismo genuíno começou com Cristo Jesus. A respeito de Jesus, Miguel de Unamuno, eminente erudito espanhol do século 20, escreveu: “Ele cria na ressurreição da carne, à maneira judaica, não na imortalidade da alma, à maneira platônica [grega]. . . . Podem-se ver as provas disso em qualquer livro de interpretação honesto.” Ele concluiu: “A imortalidade da alma . . . é um dogma filosófico pagão.”

11 Quando e como é que este “dogma filosófico pagão” se infiltrou no cristianismo? A New Encyclopædia Britannica salienta: “A partir de meados do 2.° século AD, os cristãos que tinham conhecimentos de filosofia grega passaram a sentir necessidade de expressar a sua fé em termos desta, tanto para a sua própria satisfação intelectual como para converter pagãos instruídos. A filosofia que mais lhes convinha era o platonismo.”

12 Dois desses antigos filósofos exerceram muita influência sobre as doutrinas da cristandade. Um deles foi Orígenes de Alexandria (c. 185-254 EC), e o outro, Agostinho de Hippo (354-430 EC). Sobre eles diz a New Catholic Encyclopedia: “Apenas com Orígenes no Oriente e com S. Agostinho no Ocidente, é que a alma foi estabelecida como substância espiritual e se formou um conceito filosófico da sua natureza.” Em que base formularam Orígenes e Agostinho seus conceitos sobre a alma?

13 Orígenes foi discípulo de Clemente de Alexandria, que foi “o primeiro dos Pais que explicitamente adotou a tradição grega referente à alma”, diz a New Catholic Encyclopedia. As idéias de Platão sobre a alma devem ter influenciado profundamente a Orígenes. “[Orígenes] introduziu na doutrina cristã todo o drama cósmico da alma, que ele adotou de Platão”, observou o teólogo Werner Jaeger em The Harvard Theological Rewiew.

14 Agostinho é encarado por alguns na cristandade como o maior pensador da antiguidade. Antes de se converter ao “cristianismo” à idade de 33 anos, Agostinho tinha profundo interesse na filosofia e se tornara neoplatônico. Depois da sua conversão, continuou neoplatônico no seu modo de pensar. “Sua mente foi o cadinho em que a religião do Novo Testamento foi mais completamente fundida com a tradição platônica de filosofia grega”, diz The New Encyclopædia Britannica. A New Catholic Encyclopedia admite que a “doutrina [da alma, por parte de Agostinho], que até os fins do século 12 se tornou padrão no Ocidente, deve muito . . . ao neoplatonismo”.

15 No século 13, os ensinos de Aristóteles ficaram populares na Europa, na maior parte pela disponibilidade em latim das obras de eruditos árabes que haviam comentado extensamente os escritos de Aristóteles. Um erudito católico, de nome Tomás de Aquino, ficou profundamente impressionado com o pensamento aristotélico. Por causa dos escritos de Aquino, os conceitos de Aristóteles exerceram maior influência sobre o ensino da Igreja do que os de Platão. Esta tendência, porém, não afetou o ensino da imortalidade da alma.

16 Aristóteles ensinava que a alma estava inseparavelmente ligada ao corpo e não continuava a ter existência individual após a morte, e que, se existia algo eterno no homem, era o intelecto abstrato, impessoal. Esta maneira de encarar a alma não estava em harmonia com a crença da Igreja, de que as almas pessoais sobrevivem à morte. Por isso, Aquino modificou o conceito de Aristóteles sobre a alma, afirmando que a imortalidade da alma pode ser provada pela razão. De modo que a crença da Igreja na imortalidade da alma continuou intacta.

17 Nos séculos 14 e 15, no início da Renascença, reavivou-se o interesse em Platão. A famosa família Médici, na Itália, até mesmo ajudou a fundar uma academia em Florença, para promover o estudo da filosofia platônica. Nos séculos 16 e 17, o interesse em Aristóteles diminuiu. E a Reforma do século 16 não reformou o ensino a respeito da alma. Embora os Reformadores protestantes se opusessem ao ensino do purgatório, aceitaram a idéia de punição ou recompensa eternas.

18 De modo que o ensino da imortalidade da alma prevalece na maioria das denominações da cristandade. Observando isso, um erudito norte-americano escreveu: “A religião, de fato, para a grande maioria da nossa própria raça, significa imortalidade, e nada mais. Deus é o produtor da imortalidade.”

A imortalidade e o islamismo

19 O islamismo começou com a chamada de Maomé para ser profeta, quando tinha cerca de 40 anos. Os muçulmanos crêem em geral que ele recebeu revelações durante um período de uns 20 a 23 anos, desde por volta de 610 EC até à sua morte em 632 EC. Essas revelações encontram-se registradas no Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. Na época em que o islamismo veio à existência, o conceito platônico sobre a alma já se tinha infiltrado no judaísmo e na cristandade.

20 Os muçulmanos crêem que sua crença é a culminação das revelações dadas aos fiéis hebreus e cristãos da antiguidade. O Alcorão cita tanto as Escrituras Hebraicas como as Gregas. Mas com respeito ao ensino da imortalidade da alma, o Alcorão diverge desses escritos. O Alcorão ensina que o homem tem uma alma que continua viva após a morte. Ele fala também da ressurreição dos mortos, dum dia de juízo e do destino final da alma — quer vida num celestial jardim paradísico, quer punição num inferno de fogo.

21 Os muçulmanos sustentam que a alma de uma pessoa falecida vai para o Barzakh, ou “Barreira”, “o lugar ou estado em que as pessoas estarão após a morte e antes do Julgamento”. (Surata 23:99, 100, The Holy Qur-an, nota de rodapé.) A alma está consciente, sofrendo ali o que se chama de “Punição do Túmulo”, se a pessoa tiver sido má, ou desfrutando a felicidade se tiver sido fiel. Mas os fiéis também têm de sofrer algum tormento, por causa dos seus poucos pecados cometidos enquanto vivos. No dia do juízo, cada qual encara seu destino eterno, que acaba com esse estado intermediário.

22 A idéia da imortalidade da alma, no judaísmo e na cristandade, surgiu por causa da influência platônica, mas esse conceito fez parte do islamismo desde o início. Isto não quer dizer que eruditos árabes não tenham tentado sintetizar ensinos islâmicos e a filosofia grega. Na realidade, o mundo árabe foi muito influenciado pela obra de Aristóteles. E famosos eruditos árabes, tais como Avicena e Averroés, expuseram e ampliaram o modo de pensar aristotélico. No entanto, na sua tentativa de harmonizar o pensamento grego com o ensino muçulmano sobre a alma, criaram teorias diferentes. Por exemplo, Avicena declarou que a alma da pessoa é imortal. Averroés, por outro lado, argumentou contra este conceito. Apesar destes pontos de vista, a imortalidade da alma continua a ser a crença dos muçulmanos.

23 Portanto, é evidente que o judaísmo, a cristandade e o islamismo ensinam todos a doutrina da imortalidade da alma

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Origem do Cristianismo

A Origem do Cristianismo 1 – Prelúdio: A Confusão dos Dias Atuais
- Em meio a tantas diferentes correntes doutrinárias na atualidade, como saber a verdade?
A Bíblia tem a resposta:
“Assim diz YHWH: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas,
qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas;”
(Yirmiyahu/Jeremias 6:16)
2 – A Seita dos Nazarenos
- A origem do nome: ‘netser’, que significa ‘ramo’, numa alusão à profecia messiânica de
Yeshayahu (Isaías) 11:1
- Eram uma seita dentro do Judaísmo. Não se consideravam, nem eram considerados,
uma religião à parte.
- Liderados por concílios (vide Atos 15), tal qual era a estrutura organizacional judaica.
- Líderes:
- Ya’akov HaTsadik (Tiago o Justo, irmão de Yeshua) - 62 a 98DC
- Shimon Ben Cleofas (primo de Yeshua) - 98DC a 112DC
- 13 líderes até a dispersão final da terra de Israel
3 – Como eram as congregações?
– Formadas por judeus e não-judeus
– Para ser aceito na congregação: leis noéticas (Atos 15:20)
– Gradualmente, os não-judeus aprendiam a guardar a Torá (Atos 15:21, Hebreus 6:1-6)
– Reuniam-se para ler e estudar a Torá e as Boas Novas
– Frequentavam também sinagogas tradicionais (Atos 13)
– Após a cisão com os fariseus, passaram a se reunir em suas próprias sinagogas no
Shabat
– Frequentavam assiduamente o Templo, até sua destruição (Atos 2:46)
4 – Os Nazarenos e a Lei
- Como toda seita judaica, os nazarenos nunca deixaram de observar a Torá
- O problema com a Lei não era exatamente com a Lei do Eterno:
"O que eu agora explico é isto, que os fariseus têm conduzido as pessoas a um grande
número de observâncias pela sucessão de seus pais, que não estão escritas na Lei de
Moisés; e por esta razão os saduceus os rejeitam e dizem que nós devemos considerar
apenas as observâncias que são obrigatórias, as quais estão na Palavra escrita, mas não
devemos observar as que se derivam da tradição de nossos pais." (Flavio Josefo -
Antiguidades 13:10:6)
- Parêntesis: Sobre a Lei do Eterno, Yeshua deu o parecer definitivo em Mt. 5:17-19
5 – Relatos dos “Pais da Igreja” sobre os Nazarenos
- Os nazarenos eram aqueles "... que aceitam o Messias de uma forma que não deixam de
observar a "velha Lei"..." (Jerônimo)
- "Mas estes sectários... não se chamavam de cristãos - mas de 'nazarenos'... contudo, são
simplesmente judeus completos. Eles não só usam o Novo Testamento como também o
Antigo Testamento, como o fazem os judeus... Eles não possuem diferentes idéias, mas
confessam tudo exatamente como a Torá descreve e na forma judaica - exceto, porém,
por sua crença no Messias. Pois eles reconhecem tanto a ressurreição dos mortos quanto a
criação divina de todas as coisas, e declaram que D-us é Um, e que o Seu Filho é Yeshua
o Messias. Eles são bem treinados no hebraico. Pois dentre eles a Torá inteira, os Nevi’im
(Profetas) e... os Ketuvim (Escritos)... são lidos em hebraico, como certamente o são
entre os judeus. Eles são diferentes dos judeus, e diferentes dos cristãos, apenas no
seguinte: Eles discordam dos judeus porque chegaram à fé no Messias; mas como eles
ainda estão na Torá -- circuncisão, o Shabat, e o restante -- eles não estão de acordo com
os cristãos... eles não são nada mais do que judeus... Eles possuem as Boas Novas de
acordo com Matitiyahu completamente em hebraico. Pois está claro que eles ainda
preservam-nas no alfabeto hebraico, tal qual foram escritas originalmente."
(Epifânio; Panarion 29)
6 - O Início da Cisão
- Do ponto de vista histórico, alguns eventos foram cruciais para que o Cristianismo
viesse a se tornar uma religião independente:
1 – A morte de Ya’akov HaTsadik (Tiago, o Justo) e dos apóstolos originais
2 – O início da perseguição de Roma aos judeus (os nazarenos eram vistos como judeus)
3 – A própria perseguição interna dos fariseus na revolta de Bar Kochba
4 – A destruição do Templo, e a Diáspora
5 – O grande crescimento da fé no estrangeiro, em meio a um momento de perseguição
dos nazarenos
Sobre o evento da morte de Ya’akov HaTsadik e dos demais apóstolos, o nazareno
Hegésipo escreveu:
"Até aquele período (98 DC), a Assembléia havia permanecido como uma virgem pura e
incorrompida: pois, se havia quaisquer pessoas dispostas a alterar a regra completa da
proclamação da salvação, elas ainda vagavam em um lugar obscuro oculto ou outro. Mas,
quando o bando sagrado de Emissários havia de várias formas findado suas vidas, e a
geração dos homens havia sido confiado ouvir à Sabedoria inspirada com seus próprios
ouvidos passou, então a confederação do erro da iniquidade tomou ascenção através da
infidelidade dos falsos mestres que, vendo que nenhum dos emissários ainda sobrevivia,
levantaram suas cabeças para se opor à proclamação da verdade, proclamando algo
falsamente chamado de conhecimento." (Hegésipo, o Nazareno; c. 98 DC; citado por
Eusébio em Hist. Ecl. 3:32)
7 – Lobos em Pele de Cordeiro
- Originalmente, os ‘bispos’ eram líderes das congregações, que respondiam diretamente
ao concílio nazareno
- Com os nazarenos sendo perseguidos, surgiu a oportunidade para que alguns bispos
buscassem a independência, alimentando sua sede de poder. Dentre esses bispos, estava
Inácio, bispo de Antioquia. Nascia uma Igreja controlada pelo poder dos bispos.
8 – O Poder dos Bispos
Sobre o poder dos bispos, Inácio escreve:
"...sujeitando-se ao seu bispo... andem juntos conforme a vontade do Eterno. Jesus... é
enviado pela vontade do Pai; Assim como os bispos... são [enviados] pela vontade de
Jesus Cristo." (Carta de Inácio aos Ef. 1:9,11)
"...seu bispo... penso que felizes são vocês que se unem a ele, assim como a igreja o é a
Jesus Cristo e Jesus Cristo o é ao Pai... Vamos portanto cuidar para que não nos
coloquemos contra o bispo, para que nos sujeitemos ao Eterno. Devemos olhar para o
bispo tal como olharíamos para o próprio S-nhor." (Carta de Inácio aos Ef. 2:1-4)
"...obedeça ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Mag. 1:7)
"Seu bispo está presidindo no lugar do Eterno... unam-se ao seu bispo..." (Carta de Inácio
aos Mag. 2:5,7)
"...aquele...que faz qualquer coisa sem o bispo... não é puro em sua consciência..." (Carta
de Inácio aos Tral. 2:5)
"...Não faça nada sem o bispo." (Carta de Inácio aos Fil. 2:14)
"Cuidem para que vocês sigam o seu bispo, Assim como Jesus Cristo ao Pai..." (Carta de
Inácio aos Esm. 3:1)
9 – A Cartada Final
- Até então, os nazarenos sempre se sentiram parte de Israel (Jer. 31:31). Para consolidar
a separação do concílio de Jerusalém, bem como para se dissociar da perseguição a Israel
e estabelecer o seu poder, Inácio e outros bispos passaram a propor a separação entre
“Igreja” e “Israel.”
- E para combater tudo o que era israelita, era preciso ir contra o cerne da identidade de
Israel: A Torá.
- Inácio começa a pregar contra a observância da Torá:
"Não sejam enganados por doutrinas estranhas; nem por fábulas antigas sem valor. Pois
se continuarmos a viver conforme a Lei Judaica, estamos confessando que não recebemos
a graça..." (Carta de Inácio aos Mag. 3:1)
"Mas se alguém pregar a Lei Judaica a vocês, não lhe dêem ouvidos..." (Carta de Inácio
aos Fil. 2:6)
Importante: Com a morte dos apóstolos e a diáspora, não havia mais o entendimento
de que a “Lei” combatida por Paulo era a Lei Oral inventada pelos fariseus e tida por
eles como inspirada pelo Eterno. Com isso, bispos como Inácio passaram a
reinterpretar as cartas paulinas para justificar sua doutrina de repúdio a tudo o que
tivesse conexão com Jerusalém.
Inácio x Bíblia
- Dt 28:1-14 e Sl. 119
- Com Inácio e outros bispos, começa a surgir o Cristianismo como religião distinta da
seita judaica original dos nazarenos.
10 – Surge uma Nova Tradição
Com a remoção de tudo o que era judaico das ‘igrejas’ dos bispos supracitados, surge a
necessidade de incorporar um novo sistema de prática religiosa na vida das igrejas. Esse
sistema veio a partir da adaptação de rituais pagãos.
Uma das primeiras a adotar tais práticas foi a Igreja de Alexandria, que adotou elementos
da adoração egípcia à Isis, a rainha do céu e a seu filho. Acerca dela, o historiador
Samuel Dill escreve:
“O ritual diário de Isis, que aparentemente era tão regular e complicado quanto o da
Igreja Católica, produziu um imenso efeito na mente romana. Todos os dias, havia dois
serviços solenes, nos quais sacerdotes com tonsuras e vestes brancas, com acólitos e
assistentes dos mais variados níveis oficiavam. A litania da manhã e o sacrifício era um
serviço impressionante. A multidão de adoradores lotava o lugar perante a capela logo ao
amanhecer. O sacerdote, subindo por uma escada oculta, levantava o véu do santuário e
adorava à imagem santa. Então ele circulava os altares, recitando a litania [ie. palavras
místicas de línguas estranhas], aspergindo água benta de uma fonte secreta” (Roman
Socitey from Nero to Marcus Aurelius, páginas 577-578)
11 – Nasce um Império Religioso
- O primeiro passo: Alexandre Severo constrói (entre 220 e 230DC) um “santuário para
Jesus”, junto aos santuários dos deuses pagãos romanos.
- Começa a proliferar uma espécie de sincretismo com o politeísmo romano, onde o Pai é
associado a Dyeus, chefe do panteão romano (equivalente a Zeus no panteão grego), e
Jesus e o Espírito Santo são tidos como deuses cristãos. Jesus é associado à figura do
deus-sol.
- O panteão romano e o pontifex maximvs (sumo pontífice)
- Gaivs Flavivs Valerivs Avrelivs Constantinvs (Constantino I – 280DC a 337DC): a
conversão do primeiro papa. Constantino, adorador confesso do deus-sol, tem uma visão
antes de uma batalha. Alega ter visto a cruz e o “sol invictus”
- Na realidade, Constantino I enxerga o Cristianismo como uma grande oportunidade
política de unificar um império fadado á divisão.
- Constantino promove a fusão da adoração romana pagã com o Cristianismo, fazendo
um sincretismo entre o que sobrou da fé original de Yeshua, e a adoração ao deus-sol.
Surge o Catolicismo Romano.
“Ele [Constantino I] continuou a usar linguagem monoteísta vaga que qualquer pagão
aceitaria. Durante os primeiros anos de sua supremacia, ele realizou pacientemente todo o
cerimonial que dele era requerido por ser o Pontifex Maximvs do tradicional culto
[pagão]. Ele restaurou templos pagãos [posteriormente transformados em igrejas]… Ele
usou tanto ritos cristãos quanto pagãos na dedicação de Constantinopla. Ele usava
fórmulas mágicas para proteger a colheita e curar doenças.” – Will Durant, historiador, na
obra “Caesar and Christ”, página 656
12 – O Mitraísmo e o Império Romano
- A adoração ao deus-sol não era novidade no Império Romano. Veja a cronologia
abaixo:
- Entre 138 e 161, o imperador Antoninvs Pivs ergueu um templo a Mitra em Ostai, uma
cidade próxima a Roma. Mitra recebeu o título oficial de Sol Dominus Imperil Romani
(“O Sol, Senhor do Império Romano”) e o seu dia, domingo no calendário romano, foi
declarado “Dominus Dei”, o “Dia do Senhor”. Obs: Qual é o Dia do Senhor da Bíblia?
A própria Bíblia responde: - Ex. 20:10; Lev. 23:3; Dt. 5:14; Is. 58:13
- Entre 270 e 275, o imperador Aurelivs, cuja mãe era uma sacerdotiza do deus-sol,
tornou o mitraísmo a religião oficial do império.
13 – O Édito de Constantino
- Em 321DC, Constantino proclamou o seu famoso édito acerca do “Dominus Dei” (“Dia
do Senhor”): “Que todos os juízes e cidadãos e ocupações de todos os negócios
descansem no venerável dia do Sol…”
- Cinco outras leis acerca do Dominus Dei foram proclamadas nos anos seguintes para
reforçar a questão.
“Ele [Constantino I] enviou às legiões, para ser recitado naquele dia [Dominus Dei] uma
forma de oração que poderia ser emprega por um adorador de Mitra, ou de Serapis, ou de
Apolo, bem como por qualquer crente cristão. Esta foi a sanção oficial do velho costume
de fazer uma prece ao sol nascente.” – Victor Duruy, historiador, na obra “History of
Rome”, vol. 7, pg. 489.
- Para os cristãos, Constantino I transferiu a adoração no Shabat definitivamente para o
domingo. Sobre esta transferência, Eusébio, bispo de Cesaréia e consultor pessoal de
Constantino I, escreveu:
“Todas as coisas que se faziam no Shabat, estas nós [líderes de Roma] transferimos para
o Dia do Senhor” – Comentário sobre os Salmos, em Migne, patrologia graeca, vol. 23,
col. 1171.
Socrates, historiador do quinto século, escreveu acerca disto:
“Apesar de quase todas as igrejas ao redor do mundo celebrarem os sagrados mistérios no
Shabat semanal, ainda assim os cristãos de Alexandria e Roma, em razão de algum tipo
de tradição antiga, cessaram esta prática.” – História Eclesiástica, Livros, capítulo 22.
14 – O Concílio de Nicéia
O primeiro concílio cristão ocorreu em Nicéia, 325DC, a mando do imperador
Constantino I. Nele, já não houve a participação nazarena.
Nele, foram estabelecidas os seguintes principais pontos doutrinários:
- A Santíssima Trindade
- A Fórmula Batismal Católica
- A Mudança da Páscoa Bíblica para a Páscoa Católica
Nos próximos tópicos, vamos analisar cada um desses pontos
15 – A Santíssima Trindade
- A forma judaica original de entender a Natureza do Eterno:
3 k’numeh (essências) em 1 pessoa.
- A posição nestoriana das Igrejas do Oriente
- O politeísmo romano os fez entender de forma contrária: 3 pessoas em 1 essência.
Problemas com a Doutrina da Trindade
1 – A Ruach HaKodesh (Espirito Santo) no hebraico é feminina
2 – A Palavra ‘Elohim’ significa exatamente o oposto: ‘poderes/essências’
3 – Em diversos momentos, o Eterno se manifesta de maneira diferente: como 2 (Sl. 110)
e até mesmo como 7 (Ap. 4:5 e 5:6)
4 – Não era encontrada nas Escrituras originais, sendo sua inserção em Mt. 28:19 e 1 Jo 5
um acréscimo posterior, admitido pela Igreja Católica
5 – Beira perigosamente o politeísmo, criando 3 deuses, quando o Eterno nos disse
claramente que Ele é “Um” (vide Dt. 6)
6 – Deriva do entendimento de que o Pai seria Dyeus (panteão romano) e Jesus seria o
deus-sol, e o Espírito Santo um 3o. deus.
16 – A Fórmula Batismal Católica
- Em todas as instâncias de batismo no NT, encontramos sempre o mesmo feito “em
nome de Jesus”, exceto em Mt. 28:19, que foi usado pelo Concílio de Nicéia para
determinar a fórmula católica
- Antes do Concílio de Nicéia, Eusébio (265DC a 339DC) cita Mt. 28:19 sete vezes.
Em nenhuma delas, aparece a fórmula trinitária
Sobre Mt. 28:19, a Bíblia de Jerusalém (edição católica) admite abertamente:
"É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico
posteriormente fixado na comunidade primitiva.Sabe-se que o livro dos Atos fala em
batizar 'em nome de Jesus' (cf.At 1,5+;2,38+). Mais tarde deve ter-se estabelecido a
associação do batizado às três pessoas da Trindade..." (Bíblia de Jerusalém - Nova
edição, revista e ampliada, pg. 1758 - comentário sobre Mt. 28:19)
17 – A Mudança da Páscoa Bíblica para a Romana
- Dois grupos adversários: de um lado os chamados quartodecimanos (igrejas do oriente,
que desejavam seguir a Bíblia e celebrar a Páscoa no 14 do mês de Aviv/Nissan), de
outro Alexandria e Roma, que desejavam seguir o Equinócio
Vernal, quando era celebrada a festa da primavera, em homenagem à deusa Ishtar.
- Sobre a celebração a Ishtar, o monge católico Bede escreve: "Eosturmonat, que agora é
interpretado como mês pascal, tomou o seu nome da deusa Eostre [Ishtar], a qual deu o
seu nome ao festival."
- "... foi declarado impróprio seguir o costume dos judeus na celebração desta festa
sagrada poruqe as suas mãos estão manchadas de crime, as mentes desses homens
malignos estão necessariamente cegadas... portanto não tenhamos nada em comum com
os judeus, que são nossos adversários... um povo tão grandemente depravado... os
assassinos do nosso senhor..."
18 – Dominus Dei
(Tradução do trecho abaixo: Hillel Ben Yishai)
Algumas declarações da própria Igreja Católica acerca do Dominus Dei (o domingo):
O próprio papa: "Lembrem-se todos os cristãos de que o sétimo dia foi consagrado pelo
Eterno, recebido e observado, não somente pelos judeus mas por todos os outros que
pretendiam adorar ao Eterno, embora nós, tenhamos mudado o Seu Sábado para o
domingo." [Thomas Morer, Discourse in Six Dialogues on the Name, Notion, and
Observation of the Lord's Day, pág. 281 e 282]
Concílio de Laodicéia (364 ad), Cânon 29: "Os cristãos não devem judaizar e descansar
no Sábado, mas sim trabalhar neste dia; devem honrar o dia do S’nhor (domingo) e
descansar, se for possível, como cristãos. Se, entretanto, forem encontrados judaizando,
sejam excomungados por Cristo." [Hefele, History of the Councils of the Church, vol. II,
livro 6, sec. 93, pág. 318]
"O domingo é uma instituição católica e suas reivindicações de observância podem ser
definidas unicamente em princípios católicos... Desde o princípio até o fim das Escrituras
não há uma só passagem que autorize a mudança do dia de adoração pública semanal do
último dia da semana ao primeiro." The Catholic Press of Sidney, Austrália, 25 de agosto
de 1999]
"O protestantismo, ao descartar a autoridade da igreja (Católica), não tem boas razões
para sua teoria referente ao domingo e deve, naturalmente, guardar o Sábado como dia de
descanso." [John Gilmary Shea, American Catholic Quarterly Review, janeiro, 1883.]
"Fazemos bem em recordar aos presbiterianos, batistas, metodistas e todos os demais
cristãos que a Bíblia não os aprova em nenhum lugar em sua observância do domingo. O
domingo é uma instituição da Igreja Católica Romana, e aqueles que observam este dia
observam um mandamento da Igreja Católica." [Priest Brady, em um discurso relatado no
Elizabeth, N. J. News, 18 de marco de 1903]
"Pergunta: 'Tendes alguma outra maneira de provar que a Igreja (Católica) tem o poder
de instituir dias festivos por preceito?' Resposta: 'Se ela não tivesse semelhante poder,
não poderia ter feito tudo quanto os religiosos modernos estão de acordo. Não teria
substituído a observância do sábado do sétimo dia, pela observância do domingo, o
primeiro dia da semana, uma mudança para a qual não existe autoridade nas Escrituras.’"
[Stephan Keerran, em A Doctrinal Catechism, 176]
"A razão e o senso comum exigem a aceitação de uma outra destas alternativas: o
protestantismo e a observância e santificação do Sábado, ou o catolicismo e a observância
e santificação do domingo. Um compromisso ou acordo é impossível." The Catholic
Mirror, l3 de dezembro de 1893]
"O Eterno simplesmente concedeu à Sua Igreja (Católica) poder para dispor qualquer dia
ou dias que achar apropriado(s) como dia(s) sagrado(s). A Igreja escolheu o domingo,
primeiro dia da semana e, no decurso dos anos, adicionou outros como dias sagrados."
[Vicent J. Kelly, Forbidden Sunday and Feast-Day Occupations, pág. 2]
O papa Inocêncio III declarou que o pontífice romano é "o representante sobre a Terra,
não de um mero homem, mas do próprio Eterno." [Veja Decretals of the Lord Pope
Gregory IX, livro 1, tít. 7, cap. 3, Cop. Jur. Canon (2ª ed. de Leipzig, 1881), col. 99]
"Nós temos nesta Terra o lugar de Eterno Todo-Poderoso." [Papa Leo XIII, carta
encíclica Ad Extremas, 24 de junho de 1893]
"Não o Criador do Universo, em Gênesis 2:1-3; mas a Igreja Católica pode reivindicar
para si a honra de haver outorgado ao homem um repouso a cada sete dias." [S.D. Mosna,
Storia della Domenica, 1969, págs. 366 e 367]
"Se os protestantes seguissem a Bíblia, adorariam ao Eterno no dia de Sábado. Ao
guardar o domingo, estão seguindo uma lei da Igreja Católica." [Albert Smith, Chanceler
da Arquiocese de Baltimor, respondendo pelo Cardeal, numa carta datada em 10 de
fevereiro de 1920]
"Nós (o Vaticano) definimos a Santa Sé Apostólica, e o Pontífice Romano tem a
supremacia sobre todo o mundo." [Um decreto do Concílio de Trento, citado por Philippe
Labbe e Gabriel Cossart, em The Most Council]
"Foi a Igreja (Católica) que, pela autoridade de Jesus Cristo, transferiu este repouso (do
Sábado bíblico) para o domingo... Então, a observância do domingo pelos protestantes é
uma homenagem que rendem à autoridade da Igreja (Católica), apesar deles mesmos."
[Monsenhor Louis Segur, Plan Talk About the Protestantism of Today, pág. 213]
"Os protestantes... aceitam o domingo no lugar do Sábado como dia de pública adoração
após a Igreja Católica ter feito a mudança... Mas a mentalidade protestante não parece
perceber que observando o domingo, está aceitando a autoridade do porta-voz da igreja, o
papa." Our Sunday Visitor, 5 de fevereiro de 1950]
"Nós, os Católicos, então, temos precisamente a mesma autoridade para santificar o
domingo em vez do Sábado, como temos, para cada outro do nosso credo, vale dizer;
autoridade da Igreja... enquanto que vós os protestantes, realmente não têm nenhuma
autoridade; pois não têm autoridade para ele na Bíblia (o santificar o domingo), e vós não
permitis que possa haver autoridade para ele em outro lugar. Tanto vós como nós,
seguimos as tradições neste assunto; mas nós as seguimos crendo que são parte da
palavra de Deus e que a Igreja (Católica) tem sido divinamente nominada guardiã e
intérprete. Vós seguis a Igreja (Católica) ao mesmo tempo denunciando-a como uma guia
falível e falsa, que freqüentemente tem invalidado o mandamento de Deus pela tradição."
[Os irmãos de S. Paulo, The Clifton Tracts, vol. 4. Pág. 15]
"Podeis ler a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma só linha a
autorizar a santificação do Domingo. As Escrituras exalta a observância religiosa do
Sábado, dia que nós nunca santificamos." [Cardeal James Gibbons, The Faith of Our
Fathers, Edição de 1893, pág. 111]
Não tivesse ela (igreja Católica) tal poder, não teria feito aquilo em que todas as
modernas religiões com ela concordam - a substituição da observância do Sábado, o
sétimo dia, pela observância do domingo, o primeiro dia da semana, mudança para a qual
não há nenhuma mudança escriturística." A Doctrinal Catechism, pág. 174]
"Observamos o domingo em lugar do Sábado porque a Igreja Católica, no Concílio de
Laodicéia (364 ad), transferiu a solenidade do sábado para o domingo." [Rev. Peter
Geiermann, CSR, The Convert's Catechism of Catholic Doctrine, segunda edição,
pág.50] - O livro The Convert's Catechism of Catholic Doctrine recebeu em 25 de janeiro
de 1919 a "bênção apostólica" do Papa Pio X e está a venda nesse site católico:
http://tiberriver.com/index.cfm/fuseaction/home.viewItem/SKU/1893/index.htm
"A Igreja (Católica) mudou a observância do Sábado para o domingo pelo direito divino
e a autoridade infalível concedida a ela pelo seu fundador, Jesus Cristo. O protestante,
propondo a Bíblia como seu único guia de fé, não tem razão para observar o domingo. "
Boletim Católico Universal, pág. 4, de 14 de agosto de 1942]
19 – Outras Mudanças de Roma
Seguem alguns pontos doutrinários instituídos por Roma:
300DC – Oração pelos mortos
321DC – Eucaristia
375DC – Veneração de anjos e santos mortos
375DC – Uso de imagens
431DC – Mariolatria
450DC - Natal
526DC – Ritos de Extrema Unção
600DC – Oração aos santos
786DC – Adoração a objetos
1079DC – Celibato
1090 DC – Rosário
1190DC – Indulgências
1229DC – Proibição da leitura da Bíblia por leigos
Entre muitas outras…
20 – O Natal
- Nimrod, Semíramis e Tammuz: o Natalis Invicti Solis
- Em 230, Tertuliano, um dos líderes da igreja em formação escreve:
“Por nós [cristãos] que somos estrangeiros aos sábados judaicos, e luas novas, e festivais,
uma vez aceitos pelo Eterno, a Saturnália, as festas de Janeiro, a Brumália, e a Matronália
estão sendo frequentados, com presentes sendo dados e recebidos.”
- "O Natal era originalmente uma festã pagã sem sombra de dúvida. A época do ano, as
cerimônias com as quais ele é celebrado, provam sua origem. No Egito, o filho de Isis
(Isis é o título egípcio para a "rainha do céu") nasceu nesta exata época, por volta do
chamado "solstício de inverno". O próprio nome pelo qual o Natal é popularmente
conhecido entre nós - Yule Day [Nota do tradutor: este nome se refere à cultura
inglesa] - prova sua origem outrora pagã e babilônica. "Yule" é o nome caldeu para
"criança"; e como o dia 25 de Dezembro era chamado pelos nossos ancestrais anglosax
ônicos de "Yule day" ou "dia da criança", e a noite após esta era chamada de "Noitem
ãe", muito antes do nosso contato com o Cristianismo, isto é prova suficiente da sua
natureza verdadeira. Este "aniversário" era comemorado nas entranhas das dimensões do
paganismo” - Alexander Hislop na obra “As Duas Babilônias”; pg. 93
- “Portanto parece que a Igreja Cristã escolheu celebrar o aniversário do seu fundador no
dia 25 de Dezembro para transferir a devoção dos pagãos do sol para aquele que era
chamado de Sol da Justiça. Se foi este o caso, não pode haver improbabilidade intrínseca
na conjectura de que motivos da mesma natureza possam ter conduzido as autoridades
eclesiásticas a assimilar na Pascoa, festival da morte e ressurreição do S-nhor deles,
o festival da morte e ressurreição de um outro deus asiático, que caia na mesma estação.”
– Sir James Fraser na obra “O Ramo Dourado”
21 – A Reforma Protestante
- Lutero x Carlstadt
- O historiador Draper comenta: "Próximo ao final da vida de Lutero, parecia que a única
perspectiva para o poder do papado era a ruína total. Porém atualmente, em 1930, de
trezentos milhões de cristãos, mais da metade jura fidelidade à Roma… Quase que por
mágica a Reforma parou de avançar. Roma não só conseguiu pôr em cheque a sua
proliferação como também reobteve uma boa porção daquilo que havia perdido"
(Desenvolvimento Intelectual, volume 2, página 216)
- A cartada da contra-reforma, do Arcebispo de Reggio: “A profissão deles de se aterem
às Escrituras somente como base de fé é falsa. A prova: A palavra escrita determina de
forma explícita a observância do Shabbat. Eles não observam o Shabbat, mas o rejeitam.
Se eles realmente se ativessem somente às Escrituras como padrão, eles estariam
observando o Shabbat conforme é determinado ao longo das Escrituras. Porém eles não
só rejeitam a observância do Shabbat como determinado pela palavra escrita, mas
também adotaram, e praticam, a observância do domingo, para o qual eles têm apenas a
tradição da Igreja (Católica)."
Principais Acertos da Reforma Protestante
- Fim da idolatria às imagens
- Libertação da tirania papal
- Volta à prática de leitura da Bíblia
Principais Erros da Reforma Protestante
- Manutenção de tradições romanas de origem pagã ou extra-bíblica
- Anti-semitismo impediu o reconhecimento do corpo como Israel
- Anomia, especialmente por influência de Lutero
- A essência da doutrina permaneceu romana
- Excessiva negação da autoridade institucional, levando a um sem-número de seitas sem
precedentes na história
22 – O Dispensacionalismo e o Desconforto Profético
- No século 19, o protestantismo, através de John Darby, desenvolve a doutrina do
dispensacionalismo, que é rápida e amplamente adotado.
- Em 1830, uma garota escocesa de 15 anos chamada de Margaret MacDonald tem uma
visão: surge a doutrina do arrebatamento pré-tribulacionista e a solução mágica para o
problema do dispensacionalismo
23 – Passos da Restauração
- Século 16 – Reforma Protestante
- Século 19 – Movimentos Sabatistas
- Século 19 – A Questão da Casa de Efrayim
- Século 19 – Início do Judaísmo Messiânico
- Século 20 – Tradução dos Manuscritos Semitas do NT
- Século 20 – Alguns grupos começam a questionar práticas/doutrinas de origem pagã
- Século 20 – Estudo do “Jesus Histórico” revela a origem judaica da fé
- Século 20 – Manifesto Judeu Messiânico contesta a anomia
- Século 21 – Alguns messiânicos começam a retornar plenamente à prática bíblica
- Século 21 – Reestabelecimento do movimento nazareno
24 – Conclusão
- O Eterno nunca desejou que o Cristianismo se tornasse uma religião romana, e está
promovendo o retorno dos seus às veredas antigas.

O que é Iniquidade - Anomia? O fardo dos fariseus era a “Lei de Elohim”!?

O Eterno sabia _ através da Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência _ que o inimigo de nossas almas se utilizaria de grupos que viriam ap...